sábado, 17 de agosto de 2019

LAMENTO DA HARPA


Quando minha alma foi nota nas mãos do Divino. Senti o lamento das estrelas transpassarem meu corpo como chuva de raios! Chorai anjos comigo... Pela despedida repentina de nossos companheiros, seduzidos pela ilusão do poder!

Dá-me de beber das águas cristalinas que matam a sede de Deus? Quem sabe assim, minha alma saciada em ti... a cobiça não me alcance, a tentação não me ache, e o orgulho jamais me devore. Não desejo perder o melhor da vida, o prazer de estar ao teu lado!

Folhas secas levadas ao vento, contai-me as histórias de teus vôos, para que eu sem asa também aprenda a voar. Mesmo quando cair, possa pousar como se nada afetasse a elegância de minha finita grandeza. Me ensina a ser belo mesmo quando arrancado de mim minha maior nutrição! 

Que a terra que me revigora, enfim possa se alimentar de mim! Guardai os meus em troca do preço de meus melhores sonhos! Me enxerta em tuas raizes, para que em ti eu reencontre a vida que perdi quando lhe deixei para descer à terra.

Recebendo a dádiva de ser humano, e perdendo a honra de permanecer por mais tempo ao teu lado! É na terra onde o pecado nos consome. É a terra lugar onde somos desnudos como árvores secas, como folhas 🍁 nossas historias se põem a voar! Guardai-me do terrível dia da perdição!

É improvável ter nas mãos a nota mais perfeita, o toque mais suave, a melodia mais harmônica e perder a mansão celeste apenas pela sede de ser maior que Deus? Às vezes o improvável é mais possível, que mil certezas que não se concretizam!

- Edson Alves

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