sábado, 11 de maio de 2019

INCENDEIA ou DRACARYS?




" A linguagem criou a palavra solidão para expressar a dor de estar sozinho. E criou a palavra solitude para expressar a glória de estar sozinho" (Paul Tillich). 

"Quem vai pedir? Que o verbo encontre a boca livre. 
Quem vai negar? Que a dor encontra a alma limpa. 

E o sol raiar. Pra quem não queira a vida inteira. 

Quem vai julgar? Se a Luz que cega, incendeia. 
E a voz que cala é quem clareia. Quem vai saber? 

Quem pode ver? Se a mão que estende, alcança a cura
Quem vai dizer? A alma aflita que há fartura.

Se o sol queimar. Aonde encontro água pura?

Pra onde ir? Se o caminho é quem me guia.
E o amor que desafia, não vem de mim. 

Como um sorriso ele é resposta.
A dor, a vida, a morte, a cura
O sol e o inverno, a fartura
O norte, o rumo, a loucura."

- Deise Jacinto. 

Então aqui finalmente tens a sutil escolha, entre ser incendiada pelas chamas do verbo de amor. Onde tua mente, ser, alma é consumida lentamente. Para que resista somente o que é bom, autêntico, puro e verdadeiro. Ou rejeita o calor do sol, para abraçar as brasas do desassocego, até que seus sonhos virem cinzas, e teu corpo retorne ao pó que o deu. E de você não reste nada, se não a luz. A mesma luz que lhe ergueu pra vida, lhe seputando para o mistério da morte.

Eu não quero que o amor arda, fira, queime, consuma. Não desejo "Dracarys" a ninguém. Não falo valeriano. Gosto muito do latim. E sei que "O Absconditus et revelatus" é Agaph em grego, mas para esta geração tem sido apenas fogo consumidor. Então, será incendiada pelo amor ou consumida pelo dracarys de sua ira? Escolha a chama Divina, e sinta o amor dos céus não consumir seu coração.  

Absconditus et revelatus significa que Deus é Aquele que se oculta e se esconde em mistério para que a humanidade o busque, e ao decifrar seu esconderijo encontre o prêmio, a face de seu amor, Agaph. Porém, significa também, que é Aquele que sempre que necessário abandona sua morada secreta para Revelar sua Glória. Só que seus olhos são como chamas de fogo. Seu pé como latão reluzente. Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo, pois, no Revelatus, o Divino é fogo consumidor. 

Onde longe, distante, perdidos no vazio, a humanidade apenas se juntará ao redor do fogo eterno. Tudo por causa que o amor se esfriou e ninguém tentou alimentar a chama. Sempre que a chama do fogo azul se instingue, outra chama vermelha se ergue do lugar. Ela tem fome e seu objetivo é devorar. Ela arde continuamente sobre o altar e não se apagará. Agaph ou Dracarys, o que vai ser?

Pelo amor ou pelo medo, o fim sempre chega, nem sempre feliz! Benção ou maldição? Sempre uma questão de escolha. Escolha a benção para que viva e viva com abundância. Ou brinque com a maldição e seja perseguida pelo calor do fogo eterno. Assim, será a humanidade quando rejeitar o homem das mãos furadas para como pecadores, cairem nas mãos firmes de um Deus irado!

-Ninho
Versão: Verbo flamejante
Tom, em chamas.
Conto: Geadas e brasas.
Do Diluvio ao Fogo. 
Da origem ao Apocalipse.

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