sábado, 24 de fevereiro de 2018

CÓDIGOS E CADEADOS

Quando o egoísmo de par de olhares nos cercam. Quando rondando nosso sentir existe gente de mais. Quando a ditadura de pensar asfixia nosso pensar e vibrar. Muitas dúvidas surgem, perguntas afogam nossos pensamentos. Buscar um sonho? Lutar pelo que se deseja? Apenas um segundo que passou a ser crido, passa igualmente ser interpretado. O Poder não é tudo, mas, não quero que nos execultem.

Está uma bagunça esta história. Sim, ainda quero ter a lua a colorir minhas noites contritas e enfermas a sua espera. Porém, só há sentido fantástico entre dois seres celestiais. Lembra que lhe ensinei a olhar além das palavras? Precisará desses conceitos daqui para frente. Lembra da força de inteligencia Rússia que espionava os escritos. Entenda, no Brasil, também há perigo, quando quero falar-te meu sentir.

Por isto como habilidoso escritor, as vezes ventos mudam a direção da escrita. Usarei nossos códigos como cadeados a salva guardar da opressão daqueles que ainda não conseguem entender a pureza do que se revela. A Ditadura ainda existe. Ela está próxima. Ela está nos espreitando esperando uma falha para me punir e mostrar o quanto me tornei pior que vampiros e lobisomes.

Suas palavras afirmarão que lobos vestem peles de ovelhas. Irei regressar a ser evidente somente quando pares de olhos, que não sejam teus a guiar-me, forem embora da cela de minhas dores. Desta, maneira, dentro do Castelo da Sabedoria, haverá uma sala secreta, para livrar-nos de possiveis sequestradores da esperança. Sim, ainda hoje, há ladrões de esperança. Não posso ser eliminado antes da minha absolvição, entendes?

Tem mais agentes aqui no conto do Sol e Lua, e não são estrelas, são corvos. Preciso fechar a porta, e conceder frestas que apenas você decifre o que desejo dizer. Espero que consigas interpretar meus tons e achar sentido no que afirmo aos céus. Há vozes a nos escultar após as paredes invisiveis do inconsciente. São próximos. Não descobri se são teus ou meus, mas, pode colocar um plano infalível a beirar fracasso de esperar um dia a liberdade desta Casa de Papel.

Abra a mente, se concentre, lembre meus conselhos, esculte o som da minha voz ao coração, lembre os tons, interprete meus silencios, perceba além de meras palavras. Lembre da Tropicália! Sim, na ditadura que me persegue secretamente, vizando meu fuzilamento, lembre da tropicália! Não posso ariscar tudo. Se algo acontecesse para afastar ainda mais nossos afetos, me culparia por toda eternidade.

Tenho que ser sútil, para as víboras não acordarem neste labirinto, elas picam, e o veneno pode me matar. Se eu tiver que morrer aqui, só aceito se for de amor por meus sonhos e promessas. Devemos ser fortes. O que será de mim envolto em enigmas sem exalar a gratidão pelo perfume de seus cabelos? Prefiro me congelar neste breve coma, e ainda manter vivo o que sinto, do que permitir que o Sol novamente me afaste de meus sonhos. 

Lua, seu pai é o Sol. E não quero antecipar meu eclipse. Pois, a armagura, e a infelicidade, aprisionariam o que ainda me resta. As páginas da historia que meus dedos resolveram escrever sobre nossos espiritos. Sim, será amor ou delírios? Contas cartas nas madrugadas a fio, sentimentos tão estranho que apenas trancados em meu coração permaneceram. São amores para viver.

São compreenções literárias romanticas sobre este sentimento estranho que me afugenta do mundo, paralisa tudo ao redor, colore de preto e branco meus dias, e pões vivacidade de mil pinceladas graciosas somente na imagem guardada que carrego aqui trancada a 7 cadeados em meu próprio ser sentenciado a esta inusitada missão de sentir segredos sagrados e secretos como são as verdades que saltam como labaredas do meu coração.

Não sejas tão fria Lua, seja meu suspiro nesta tormenta. Tente lembrar. Minha memória está acabando pouco a pouco, preciso de novas experiencias ao teu lado. Lua venha ao meu encontro, estou trancado neste quarto. Salteadores espreitam o fim de minha jornada. Por aqui, acabarão revelando os segredos dos ares ao Sol maior. Então, o que será de mim, novamente sem ti?

Lhe espero em meu Pálacio terreno, preparei tudo, a governanta já autorizou sua visita. Sua filha sente saudades. Estamos lhe esperando. Venha um dia, por favor, venha. O código 22. A fresta está marcada naquela madeira branca, 404. A identidade é a que conheces do final das cartas. Aquele nome originalmente diminutivo de mim mesmo.

Se não tiver coragem, marque um encontro de velhos amigos, após as barreiras que nos aprisiona. Mas, não me limite a ser mero prisioneiro, prestes a ser executado se me atrever a ser claro demais em meus sentimentos e necessidades. Ajustes as frequencias deste destino, início do mês é sempre o melhor momento para idas e vindas. Para visitas repentinas. Só preciso ouvir o som de sua voz.

Lhe olhar Lua, falar ao farol de mel no horizonte, as aventuras de um marujo sem experiencia enfermo neste oceano de sensações sofrendo altas ondas da vida e ainda remando contra maré ao teu encontro, mesmo quando admitida ser tua imagem mero reflexo nas aguas que criei dentro de mim. Tem verdade aqui suficiente para nós dois. Sim, estou seguro em encontrar-te pelo menos em algum dia 7.

Esta é a perfeição que propõem a sutileza de minha alma, nas trevas que me cercam Lua. Traz para mim sua voz infinita que afoga e liberta tantos viajantes no mar misterioso que é a vida. Lhe prometo seguranças em meus braços. Lhe prometo que serão caricias, para sentir como sinto aqui envadir-me e jamais romperá pecados. Não haverá beijos, nem nada que nos afaste ainda mais. Te amo.

Juninho GeaD, na versão Refém.

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