segunda-feira, 11 de maio de 2020

O QUE PENSAM DE MIM?



“O silêncio de alguém também pode significar que o outro não vale uma discursão.”.

LIMITADO E REAL! 

Sei haver pessoas que compõem as mais sórdidas notas ao meu respeito. Decidi que revidar ou me defender por diversas vezes não vale á pena. Não que eu despreze o outro, mas, quando a verdade é parcial, e as provas não existem. O fruto de toda imaginação soa pra mim como fantasias. Estórias inventadas, bem elaboradas, que surgem como afirmações ultrajantes que parecem com a verdade, mas, não são! 

É comum que exista contradições entre minhas próprias expectativas sobre mim. E a realidade sobre quem eu sou. Imagine por um segundo que em relação ao outro, não seja diferente, talvez seja ainda pior. Por isso o exame é sempre pessoal. Nunca coletivo! Não devemos provar nada pra ninguém. Pois, nosso maior juiz é nossa própria consciência moral. 

Talvez, eu seja mesmo um louco, um alucinado, um psicótico, um lunático. O deprimente é reconhecer que talvez eu seja mais. Um desafortunado ego idólatra. Que tenta reviver as lembranças inesquecíveis da relações triviais e superficiais dos prazeres repentinamente momentâneos. Um narcisista ego cêntrico, que ao olhar o espelho não enxerga nada além de si mesmo. Uma aparente perfomance irrepreensível. Cálida caricatura perfeita de um humano cheio de falhas.

Mas, tudo seria terrível, se a sociedade onde vivo, não fosse ainda pior! Sobreviver a ela, me faz normal. Um humano comum, que se ira. Que explode. Que é implacável. Tão crítico! Tão cético. Mascarando em metais e bronzes, a ruína da própria fétida imagem. 

Do garoto inseguro, que se quer foi capaz de conquistar quem amou de verdade. E ao se deixar ser escolhido. Mal sob amar. 

Forjado na imaturidade de permanecer infantil, dependente, débil, e cheio do peso de culpas. Que se engana na súbita ilusão de que quando a morte chega tudo acaba! Sem saber, que talvez é ali que o fracasso começa! 

O fracasso de deixar uma filha órfã de pai, uma esposa viúva de marido, uma mãe sem filho, familiares no choque do luto, e amigos afundados em tristeza e solidão. 

Eu não sou tudo que desejei ser. Não fui tudo que podia ser. Não fui vocacionado nem mesmo a me tornar impostor. Não tive ousadia suficiente para cometer o equívoco de me tornar um líder precoce. 

Esvaziado de mim, sem meus títulos, sem minhas conquistas, sem coisas que o dinheiro pode comprar, descobri bem no fundo do poço, que realmente, nada sou. 

Nada sou além dos rótulos. Onde está meu conteúdo? 
Cadê meu próprio livro 📖 ?
Cadê meu Dvd 📀?
Como eu quero que o mundo me leia? Me assista? 
Sou uma mera invenção. 

Um artista do talvez. O protagonista do quase. O erudito do não foi desta vez. O medíocre poeta. Um lírico cambaleante na estrofe sem rima. O compositor talentoso de voz desafinada. Sou a maior piada do século! 

Tenho vergonha de não conseguir haver sido nada na vida. Sou grato pela tia que me aturou. Pela esposa que me suportou. Pelo patrão que teve pena de mim. 

Não passo de um coitado menino da roça. Limitado garoto da viela da favela. O mocinho do gueto. Não tive talento nem para ter cargo na igreja. Sou uma fraude! Uma farsa. 

E encarar todas as certezas acima, é o que me faz nutrir coragem para melhorar. Para não desistir de viver. De lutar para apoiar quem não possui a própria voz para tentar. Aprendi que servindo as pessoas algo majestoso poderia ser realizado, a medida que projetava sucesso em outros, esquecia as fraquezas do meu próprio fracasso. Parei de me iludir com a sombra de gigantes. Para me dedicar aos pequeninos. Fiz de tantas pessoas à margem da sociedade, meus próximos e íntimos. Foi nesta etapa que entendi mais uma lição. Essencial é tudo aquilo que Deus nos entrega em vida. O que a vida não nos garanti, devemos nos mesmos conquistar. Cheguei à conclusão que não há nada tão essencial na vida de uma pessoa feliz e realizada do que o amor de sua própria família, a admiração de seus íntimos amigos, e o respeito de seus solitários adversários. Decidi me realizar na felicidade dos outros. Já que após terem tomado quase toda minha esperança, minha melhor opção se tornou sonhar sonhos alheios, e me empenhar para que se tornassem reais! Na imagem daquilo que eu poderia ser, e não fui, idealizei meu próximo, e o incentivei a não desistir até conseguir! 

- Edson Alves. 
Em reflexões sinceras sobre mim mesmo.

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