sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

AINDA SOBRE O AMOR





Quando o amor vos chamar segui-o

Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados

E quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhe

Embora, a espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos

E quando ele vos falar, acreditai nele

Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos como vento devasta o jardim

Pois, da mesma forma que o amor vos coroa, assim ele vos crucifica

E da mesma forma que contribui para vosso crescimento, trabalha para vossa poda.

E da mesma forma que alcança vossa altura e acaricia vossos ramos mais tenros que se embalam ao sol ☀️


Assim também desce até vossas raizes e a sacode no seu apego a terra. 

Como feixes de trigo, ele vos aperta junto ao seu coração.

Ele vos debulha para expor a vossa nudeza. 

Ele vos peneira, para liberta-vos das palhas. 

Ele vos mói até extrema brancura. 

Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis 

Então, ele vos leva ao fogo sagrado, e vos transforma no pão místico do banquete Divino.

Todas estas coisas o amor operará em vós, para que conheçais os segredos de vossos corações

Para com este conhecimento, vos converteis no pão místico do banquete Divino

Todavia, se no vosso temor, procurardes somente a paz do amor e o gozo do amor

Então, seria melhor para vós, que cobrisses vossa nudez e abandonasse a ira do amor.

Para entrar em um mundo sem estações. Onde rireis, mas, não todos os vossos risos. E chorareis, mas, não todas as vossas lágrimas. 

O amor nada dá, se não de si próprio. 

Nada recebe, se não de si próprio.

O amor não possui, nem se deixa possuir.

Pois, o amor basta-se a si mesmo. 

Quando um de vós ama. Que não diga: Deus está no meu coração. Mas, diga antes, eu estou no coração de Deus. 

Não imagineis que possais dirigir o curso do amor. Pois, o amor, se vos achar dignos, ele determinará ele próprio o vosso curso. 

O amor não tem outro desejo, se não, de atingir a sua plenitude. 

Se contudo, amardes, e precisardes ter desejos. Sejam estes os vossos desejos: 

De vos diluirdes no amor e serdes como riacho que canta sua melodia pra noite

De conhecerdes a dor, de sentir ternura demasiada. De ficardes feridos por vossa própria compreensão do amor. 

De sangrardes de boa vontade e com alegria. 

De acordardes na aurora com o coração Alado, e agradecerdes por um novo dia de amor 💕 

De descansardes ao meio dia e meditardes sobre o êxtase do amor. 

De voltardes pra casa à noite com gratidão, 

E de adormecerdes com uma oração no coração para o bem amado 

E nos lábios uma canção de bem aventurança.

- Khalil Gibran

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Desprezou a Ignomínia

  Fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé, o qual, pelo gozo que lhe está proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomín...