sábado, 6 de julho de 2019

INFÂNCIA MERCANTILIZADA!


"Ilusão ou Alusão, da Adoção nas passarelas.
O perigo da exposição desnecessária da infância.".

No início do ultimo mês de junho, a Segunda Edição do Desfile Infantil para adoção no Estado do Mato Grosso, ocorrido em um Shopping em Cuiabá, foi alvo de muitas críticas tanto nas redes sociais, quanto fora dela. Na comoção dos contrários ao desfile, ocorreu a alegação de considerar a realização do evento em sí, total absurdo. Encarado como ultraje e desrespeito as orientações defendidas como direitos no artigo 17 do Eca. Uma minoria porém, adotou um tom menos severo, se posicionando de forma equilibrada na relativização da intenção versus a forma adotada.

No tom do deixa disso, se ressaltou a lisura da má interpretação quando exposta fora do contexto a que se destina. Se re-inteirou á boa intenção dos organizadores do evento. Defendeu-se a inexistência do sentimento dúbio de expor aquelas crianças como produtos de vitrine, prestes a serem comercializados. Rejeitando a menor hipótese da apropriação das técnicas de marketing de determinado esquadrão da moda, quanto elucidar a famigerada ditadura do falso padrão de beleza. Que destaca de forma pejorativa um momento tão ludico como a infância, sensível a adoção por evidente amor incondicional.

Ocorre que fica dificil quando diante do uso do meio utilizado para promoção da adoção, desprender-se do eixo central. Que em síntese mais perene é exatamente o alerta do risco de fortalecer, mesmo que não intensionalmente, o aspecto vulgarizado da exposição preconceituosa e predatória das exclusivas qualidades físicas. Reduzindo o propósido da adoção a mera satisfação da premiação de quem garantiu a melhor "peça", algo própio e comum, a desfiles em passarelas e a leilões de objetos. Que mesmo quando oculto, reforça o sentimento mesquinho do quem dá mais.

Embora afirmações supra-citadas de evidente repercurssão negativa. Há de se refletir, sobre o posicionamento da Comissão de Infância e Juventude, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Associação Mato-grossense de pesquisa, apoio e adoção que realizaram o evento. Que considera uma lástima equivocada, a polemização desnecessária do evento. Posto ser claro o intuito de colaborar de forma criativa e inédita, com a elevação positiva dos índices de adoção. Até pelo fato de ser de conhecimento público, o estado nada promissor da crise em nosso país.

Dito isto, á de se escolher, entre levar-se em consideração, alguns fatores que corroboram para o fortalecimento do aspecto negativo da boa intenção do evento ou admitir e considerar as criticas positivas, que apesar de afirmações ultrajantes, não representam o ideal objetivo dos idealizadores. Nota-se que, o "Adoção na passarela", tenha o aval do Ministério Público (MP), o apreço das varas de infância de Cuiabá. Que no evento, não houve exposição dos dados pessoais dos menores, nem incentivo de falsas garantias de adoção pra todos, adequado e prévio acompanhamento pscicológico.

No entanto, conclui-se com a reflexão da expressão de um célebre ditado popular, " Os fins, nem sempre, justificam os meios.". Toda lei possui um espirito, e o artigo 17 do ECA é suficiente para validar ou invalidar como deve-se agir. Por mais nobre que se reconheça a intenção primária, de real promoção da adoção, infelizmente, o método utilizado colabora prejudicialmente, de forma mercantilista, irresponsável, e preconceituosa. Aludindo uma beleza física não proposital. Atribuido o prejuízo da frustração e auto estima e reduzindo a essência pura do amor incondicional do adotando.

Ninho,
Versão: Conselheiro Tutelar
Tom: Confiante e preparado.
Conto: Uma Moda de Risco.
Infância Mercantilizada.
Ilusão ou Alusão da Adoção nas passarelas.

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