Certa vez uma amiga tentando me libertar da jaula onde minh'alma permanecia encarcerada, disse-me: " - Repita estas palavras todas manhãs, traga a mim, apenas, o que for para minha glória!". Esse conselho apesar de aparentemente simples, poderia reservar soluções muito relevantes. Primeiro, minha mente, precisava ser treinada, para alcançar meus objetivos. Logo, a solidariedade dela poderia ser sintetizada pela palavra mentalize coisas boas. Segundo, o que me afetava de verdade eram as razões internas. Fatores como solidão, sentimento de abandono, frustração, insegurança, eram condições temerária de uma eventual crise de meia idade. Terceiro, estes dilemas existenciais haviam se intensificado, mas, não eram inéditos. Se eu já os tinha visto em outra fase da vida, eu precisava então, lembrar como vencer-los.
Foi aí que coloquei sobre minha cabeça um espécie de "deerstalker", um chapéu de detetive, e uma lupa ala Sherlock, para adentrar os subterrâneos misteriosos de minha própria psique. E então "Eureka", estava tudo lá. Uma enorme biblitoteca com bilhões de livros empoeirados nas prateleiras. Existia um nome que se repetia em tapetes e quadros, córtex cerebral. Fiquei fascinado e espantado, foi intrigante achar tanta informação oculta dentro de mim. Não me dava conta que todo aquele sistema vivo de saber estava guardado em um porão no meu ser. Comecei a imaginar o que mais eu poderia achar até o fim da investigação. Pude ver que cada livro tinha um nome, geralmente rementendo ao gênero das memórias ali registradas. Algumas historia eram encantadoras. Outras nem tão magnificas assim. Muitas tinham fim, outras, eram obras inacabadas.
Perguntei a bibliotecária sobre quem havia escrito todas aqueles registros sobre mim. Ela me olhou com ar de surpresa, e disse, você não vê que estou ocupada? Procure sua própria resposta no fim da sala. Com sorte você encontrará, e sorriu de canto de boca, como se me conhecesse e acabasse de ser irônica. Se fosse apenas ironia me sentiria bem, porém, pela extensão interminável do corredor, seu humor sarcástico apavora. Pensei comigo mesmo, quem contratou esta mulher para trabalhar dentro de mim? Após andar 7 mil fileiras, vi 6 portas, 3 de cada lado, todas trancadas. Vi uma sétima porta, escrito inconsciente. Parecia meio aberta, disse olá, tem alguém aí? E ouvi um eco com risadas femininas. Entrei, havia um salão oval, 7 moças com máscaras. Uma ruiva de olhos amarelos, uma mulata de olhos cinzas, uma loira de olhos azuis, uma morena de olhos verdes, 3 brancas, uma de olhos negros, outra castanhos e outra vermelhos.
Elas me cercaram, tirando minha atenção pareciam interferi no bom funcionamento do meu cérebro. Engraçado é que cada uma possuia uma placa com a profissão escrita ao bolso. Médica, eu cuido de suas emoções. A policial, eu atuo em te livrar do furto de seus melhores momentos. Juiza, eu cuido de decidir o que presta ou não pra você. A professora, eu lhe ensino mais sobre sí mesmo. E as outras 3? - perguntei. As três branquelas? responderam em tom de riso. São as 3 mulheres de tua vida. A Gatilho, a Escape, e a Abrigo. De uma você cuida. A outra você ama. A terceira, você ama e cuida, sua filha é o equilíbrio entre as duas. Como assim? Quando eu nem havia terminado minha jornada pelo meu próprio eu. Um ancião disse: Olhe pra cima, jogou um lençol de seda branco e disse, hora de ir. Quando retirei o lençol do rosto, uma luz forte penetrou meus olhos e notei haver sido sonho.
Nem em sonho elas precisam de mim
Porém, aprendi uma lição.
Não posso me culpar por meu passado.
Não devo me angustiar por meu futuro.
Devo agradecer e me dedicar ao presente.
Minha filha é a base do meu equilíbrio.
Ela representa o aqui e agora, a qual devo cuidar e amar
Se eu realmente desejar ser feliz!
Ninho,
Versão: Detetive Mental
Tom: Curiosamente Introspectivo
Conto: Biblioteca do Eu oculto.
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