SIBÉRIA

Pinheiros verdes desbotam as geadas da nova estação

Lençol branco cobre e recobre a floresta nua, indefesa.

É inverno e a chuva cai em forma de flocos de neve

Um ar literalmente refrescante parece nos desnudar

Rajadas de ventos com assobios aguçam a percepção

Nossa audição, atraida aos encantos de cristais em gelo

Somos testados, da pele ao tutano dos ossos, não paralisar.

Camada grossa de couro atua com isolador térmico.

O frio age da contagem regressiva á morte súbita.

Cobertos do alto da cabeça até a planta dos pés

Tal mobilidade do nosso pensar pouco á pouco,

desacelera, como ritmos em batidas do coração.

De fora, manga rosada da face sofre gélida ação.

Na expressão do rosto que ousa rir, pitada de dor

Do desejo ardente por calor, calafrios e arrepios.

Até que olhares surgem, buscam abrigo em mim.

Onde gestos se esbarram, corpos se encontram... 

Lábios flamejantes se unem, e não desgrudam mais!

- Edson Junior
Versão: Lobo Branco 🐺
Tom: Flamejante
Contos:
Flor de Cristais;
Romance na Rússia;
Garota Gélida;
Poesia Pálida;
Corpo de Gelo;
Coração de Fogo;
Castelo de vidro.