terça-feira, 10 de julho de 2018

VELHO POEMA ÁRABE.


Mergulhe no fundo do mar, e tente não chorar, quando algo que goste acabar partindo. Entra no silencio, sempre que pensar sobre alguém que foi embora, lembre. Que as folhas do outono não caem por que querem, mas, sim por que é chegada a hora.

Aguarde o curso normal do tempo que é findo. Viva a vida que apesar de bela é pueril. Tente lembrar daquele velho poema que li para você tanto em Dubai terra de meus pais. Quanto na Itália, terra dos seus. Se após ler e ouvir o som de minha voz, ainda assim não recordar. Não se desespere. Estou vivo no tempo presente que se chama hoje e reafirmo, ainda sou o mesmo. Aqui no Brasil, me ponho como servo de teu pai. Para lhe dizer as sagradas palavras envelhecidas...

Já que não consegues mais lembrar de mim, lhe solicito Lua. Lembrai do nosso poema de amor.

Quando o amor o chamar. Se guie. 
Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados.
E quando ele vos envolver com suas asas. Cedei-lhe.
Embora a espada oculta na sua plumagem possa feri-vos.
E quando ele vos falar. Acreditai nele. Acreditai em mim.
Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos,
Como o vento devasta o jardim.

Pois da mesma forma que o amor vos coroa, assim ele vos crucifica.
Da mesma forma que contribui para o vosso crescimento. Trabalha para vossa poda.
Da mesma forma que alcança vossa altura, acaricia vossos ramos mais tenros que se embalam ao sol.
Assim também desce até suas raízes e a sacode no seu apego à terra.

Como feixes de trigo ele vos aperta junto ao seu coração.

Ele vos debulha para expor a vossa nudez
Ele vos peneira para libertar-vos das palhas.
Ele vos mói até a extrema brancura.
Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis.

Então, ele vos leva ao fogo sagrado
E vos transforma no pão místico do banquete Divino, 
Se adorna, com perfume peculiar, se prepara.
Pronto para lhe devorar pedaço à pedaço, com prazer e respeito.
Lhe fazendo honrada, da planta dos pés, aos fios negros da cabeça.

Lua, todas essas coisas o amor operará em vós, para que conheçais os segredos de vossos corações.
E com este conhecimento, vos convertais no pão místico do banquete divino. 
Onde eu serei para vós como luz da manhã, alimento sagrado mútuo, a lhe fortalecer e lhe revigorar. Como pão vosso de cada dia, à me doar, ontem, hoje e eternamente.  

Todavia, se no vosso temor procurardes somente a paz do amor, o gozo do amor.
Então, seria melhor para vós que cobrísseis vossa nudez, abandonásseis a ira do amor.
Para entrar em um mundo sem estações, igual ao que vives agora.
Onde rires, e rireis, mas não todos os vossos risos.
E chorareis, mas, não todas vossas lágrimas.

O amor nada dá, se não de si próprio.
E nada recebe, se não de si próprio.
O amor não possui, nem se deixa possuir.
Pois, o amor basta-se a si mesmo.
Quando um de vós ama, 
Que não diga " Deus está no meu coração!".
Mas, que diga antes, "Eu estou no coração de Deus!".

E não imagineis que possais dirigir o curso do amor.
Pois, o amor, se vos achar dignos 
Determinará ele próprio vosso curso.
O amor não possui outro desejo
Se não, o de atingir sua plenitude.
Se contudo amardes, e precisardes ter desejos

Sejam estes os vossos desejos:

De vos diluirdes no amor e serdes como um riacho que canta sua melodia para noite
De conhecerdes a dor de sentir ternura demasiada
De ficardes feridos por vossa própria compreensão do amor
De sangrardes de boa vontade e com alegria
De acordardes na aurora com o coração alado
E agradecerdes, por um novo dia de amor
De descansardes ao meio dia
E meditardes sobre o êxtase que lhe causou.
De voltardes para casa á noite com gratidão
E de adormecerdes com uma prece no coração
Guardando nos lábios as frases ditas como canção
Cheias de afeto, repleta de intenções, viverdes a emoção
De lembrar, só existiu um dono verdadeiro de teu coração.
E Mergulhar cada vez mais fundo no mar e quase sem ar, expressar
Que se formou como anjo nesta dimensão apenas para dizer:
Ainda amo você... Receba meu velho poema árabe. 
E escreva com fios de ouro minhas palavras no relicário
guardado a sete chaves, na imensidão do oceano azul
que é seu interior amada Luna.

Ninho, versão Anjo alado.
Tom, Cupido do Tempo.
Conto: Diário dos campeões.

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