quarta-feira, 26 de junho de 2019

COM ÁGUAS E COM FOGO!

Da língua afiada do Deserto às palavras doces de Patmos.

O batismo do Batista, foi precedido por uma voz enérgica que adentrava os ouvidos como cometa inquietante, até mergulhar tanto em almas perdidas, quanto em anjos carentes de perdão. Voz de autoridade e poder, desbrava a terra árida do coração e convertia o deserto em um grande oásis Divino! Dizia com tom de raios, como chuva sobre o sertão, arrependei-vos! Anunciando o retorno do verbo encarnado, anunciando o fim da sequidão!

Batista não ensinou a fugir da ira vindoura, mas antes, nos encorajou a sobreviver a dor! Pois, admitia que antes do último suspiro da Cruz, as lágrimas de Deus, despencaria sobre oprimidos e aflitos como chuva. No poema do deserto ao poema da Cruz, a mensagem sempre objetivou sofra eu pelo alívio e descanso de vossas almas. A genialidade da fenomenal mente inquieta foi pedida como presente de festa pagã em uma bandeja de prata! Foi prêmio, foi troféu!

Seu primo, sabia que o próximo seria ele, exposto com escárnio, erguido como vergonha da Cruz! Corpo moído, transpassado, torturado, abatido, humilhado, dilacerado, quase nu ficou Jesus! A tinta vermelha que escreveu a história de amor, surgiu das gotas de sangue que derramaram-se na violência brutal que o Mestre das mãos furadas sofreu! Havia uma multidão para ser platéia de espetáculo tenebroso, aquela mesma multidão confrontada por João no deserto!

 Segundo Doutor em Teologia Ricardo Lengruber, "João Batista foi um santo de língua afiada que inaugurou a política dos gestos em terra árida de corações de aço e intenções venenosas!".

Num tempo de espetáculos e vaidades, a memória de João, o Batista, mais do que inspiradora, é necessária! João Batista remava contra a maré, resistia as correntes ideológica de seu tempo. Caminhava solitário pelo deserto. Apontava os equívocos das lideranças dos palácios e anunciava uma espiritualidade profundamente desprovida da pompa dos templos religiosos. Vestia roupa simples e se alimentava com singeleza e desprendimento. 

Seus gestos e palavras estavam repletos de anúncio, denúncia e renúncia. Quando fora procurado por Jesus, não se furtou de batizá-lo. Sabia da potência da política dos gestos simbólicos. Mas soube reconhecer seu lugar: "importa que eu diminua e ele cresça". Teve sua cabeça cortada e servida numa bandeja. Mas viveu pleno e feliz porque descobriu seu lugar. Desde o ventre de sua mãe, quando remexeu a barriga de Isabel ao se encontrar com Maria, já grávida de Jesus. Poesia.

Sinceramente, acho que esse é o grande desafio da vida. Descobrir-se e descobrir seu lugar. Enquanto de um lado há amigos que buscam os privilégios de sentar a mesa na Ceia, para provar aos lábios, boas doses de vinho, para por na boca um punhado de pão. Para posar artisticamente ao lado do pop star da Galiléia. Há também, aqueles que reconhecem não serem dignos de lhe calçar as sandálias. Que se privam a alimentar-se de porções de gafanhotos selvagens e doses de mel silvestres em pleno Deserto! Paladar nada peculiar, banquete exótico.

A distinção é que enquanto o Batista por amizade batizou com águas, e inspirou o heroi de Maria batizar com fogo. Pedro, a rocha covarde, rejeitava lavar pés por falsa humildade, pra depois, se julgar digno de lavar o corpo inteiro do filho do carpinteiro. Porém, na hora que o mesmo foi erguido ao madeiro, o mais corajoso, á correr, foi o primeiro. João Batista batizou. Pedro negou. Judas traiu! João nos braços de Maria chorou. Jesus que no Getsemane, já havia chorado, no último ato do poema da cruz, aos amigos intimos, e a multidão distante, perdoas-tes vís pecados.

Da cabeça na bandeja de prata, clama a voz do deserto as terras áridas do coração: Arrependei-vos! Da cruz de madeira envelhecida decorada com sangue, ainda grita o poema do amor e o perdão. Hoje sou eu que pergunto, raça de víboras, façam suas escolhas. Pois, a mensagem que vim trazer, é que está próximo o retorno do segundo sol. Breve, se fará como abrir e fechar de olhos. Temei á Deus e dai-lhe glória pois, é vindo a hora de seu juízo.

Adorai Aquele que fez os céus, a terra, os mares e as fontes das águas, como os papiros milenares sugerem na expressão traduzida do verbo sagrado. Do arrependimento da mensagem afiada do Batista no deserto, ao juízo anunciado de forma gentil pelas lágrimas de João na ilha de Patmos, jamais nos esqueçamos que suspenso nos ares, a mensagem na cruz do Golgotá foi amor, foi paz, e foi perdão. E a escolha do fim das Eras, entre o bem e o mal, é você quem faz!
Do Dilúvio ao Deserto foi com torrente de águas! 
Da Cruz ao Fim, será com fogo consumidor?
Sejamos no fim, como no príncipio, Amor!

Ninho,
Versão: Pequeno Gafanhoto
Tom: Doce, de mel embriagado.
Contos: De João Batista á João Chorão!
Da bandeja de prata a Cruz de madeira!
Do deserto á ilha de Patmos.
Poema da Cruz do Golgota.
Canticos da Crucificação.
Série: Discípulos.

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