domingo, 23 de junho de 2019

HEN TO PAN vs OUROBOROS.


"Quando o ancião santo Pai com mão tranquila das nuvens revoltas despede raios abençoados sobre a terra 🌎, beijo a última fímbria de sua veste, fiel arrepio infantil em meu peito.”.

- J. W. V. Goethe

Eu sou um, assim como um é o todo. De grão em grão, a areia da praia resiste as ondas dos mares. Sou um, como um é o nascimento. Sou o início, sou o elo, sou a continuidade. Não sou rico por posses. De palha, latão e cobre também não sou. Do tesouro, sou o ouro refinado. Se fosse barro, quebrado em mil pedaços. Na forma, iria da paciência das mãos à brevidade do fogo. Em água ou chamas, sempre me refaço. Do pó ao diamante, todos, em mim, lapidados!

O Todo é um. Sou um em todos. Na via dolorosa, foi todos por um? Na Cruz, maldita e gloriosa, foi um por todos! Da eternidade, meu eu, é o primeiro instante. Sou breve, pueril, sou fôlego constante. Sou Alfa, pois, sou o princípio de mim mesmo. Sou o Ômega, após mim, não há mais ninguém. Sou a luz radiante quando olhos se abrem. O todo é a luz fúgida quando as cortinas oculares se fecham pra sempre. Sou a fúria da vida. Sou do relâmpago o trovão. O tempo!

Meu eu é o fragmento finito, do todo infindo. Quando o eu é início. O todo é no fim aparente, renovação. O eu é a parte perfeita do todo. O Todo sem eu, não é tudo, é quase tudo, carecendo de mim, para finalmente ser completo. Se meu eu for breve, meu todo será sem fim. Meu eu, sofre na carne as mudanças do tempo. Meu todo, sente na alma o abalo da vida, na dor, o lamento. O eu, não é nada sem mim. E eu não sou nada sem o todo. O todo é a vida! O todo é a morte.

O todo é o ciclo que renova meu eu rumo a eternidade. De toda inspiração, meu eu é a criatividade. Da surpresa, meu eu, é sempre inédito. Da esperança, eu sou a garra, a raça, a força, a energia, vitalidade! Das memórias envelhecidas no baú do tempo, sou lembranças de toda saudade. Da estrofe mais bela, sou melodia, sou canção, sou poema. Sou o início da revolução.

Do tempo, já fui passado, sou presente, serei dádiva se eu for futuro. Sou do perfume da jasmim flor, a essência vibrante, contínua e marcante. Sou do gosto, o sabor apurado. Sou do som, a harmonia, sou embalo, sou movimento, sou nota, sou partitura, sou música, sou paixão. Cante e encante minh'alma. Chore, e sinta emoção. Dance na terra, mas, não lhe perca com a humanidade. Dance nos ares com anjos na ressurreição. Inaugure o palco dos céus. Seja teu eu, o espetáculo de Deus.

Manipule os elementos da natureza. Vibre os 7 sentidos nas quatros estações. Crie, recrie, viva, reviva, seja ar, seja luz. Seja a realização de uma nova estação. Permita ser platéia que aguarda com azeite e vinho, o ultimo toque da trombeta, a chegada do segundo Sol. Onde seremos provado pelo fogo, até esgotar a velha chama, restando apenas nós, diamante bruto. Enfim, será possivel a realização da fé e do sonho no nosso amor triunfante, até o ápice das Eras.
O Todo é No Fim, o Recomeçar de meu Eu, e alma! Eternamente santa, jóia rara, incrivelmente lapidada! Então, que se eleve minh'alma, em êxtases no nirvana, luminosamente entelequiada. Rumo ao Paraíso, após o lindo céu azul. Onde tudo novo se fez, renovo. Onde tudo novo se faz, me refaz! Minha meta suprema alcançada, meu ar de contemplação. Beatitude definida, enquanto a Ruah Yaveh, me ergue nos ares, como criança me gira no ar.  Explosão de felicidade, minha extinção! Posto que sou pó, e cinzas. Na ardência ou sopro Divino, meu recomeçar!

Ninho,
Versão: Alma Dourada
Tom: Precioso
Conto: A Fúria de Ouroboros.

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