“Eram: Simão (a quem deu o nome de Pedro); Tiago, o filho de Zebedeu, e João, seu irmão (aos quais deu o nome de Boanerges, que quer dizer filhos do trovão) e ainda André, Felipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o cananeu, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu” (Mc 3,16-19).
Thiago era homem Justo.
Entre os tais, era o Maior.
Pescador, irmão de João,
Filho de Zebedeu com Salomé.
Discipulo intimo do Heroi da Galiléia.
Menos impulsivo que Pedro.
Menos emotivo que João.
Firme ao lado do filho do carpinteiro
Talmudes do Mestre de Nazaré
O sábio que acalmava tempestade.
Faria de pobres vagantes, viajantes,
Com historia pra emocionar e encantar...
Pra conquistar o mundo inteiro!
Depois que o Mestre partiu.
Do mar eu pude lembrar.
Pedro, João e o velho barquinho.
Na Galileia tentei não chorar.
Podia ver como se fosse agora.
Tempestades no litoral se formar.
Assombrosa fúria dos ventos.
Atônito, em agonia, comecei a suar.
Esperava que o Mestre acordasse.
Infelizmente não estava mais lá.
Sentia pesadelos noturnos, sussuros.
Não havia ninguém para me salvar.
Sonhava acordado com o Mestre.
Mas, o Messias não estava mais lá.
Desista garoto, seus sonhos não são nada.
Voz do terror atormenta, tenta amedrontar!
Foi difícil esquecer o Rei dos Judeus.
Não notar a falta que sua ausência causa.
Lágrimas de João ao chão, poças de silêncio!
Língua afiada de Judas, tantas almas dilacera!
Se o terror nos olhos de Pedro ainda apavora?
Mais que a incredulidade de Tomé, ousara e pudera
Ainda assim, nada se compara com agonia da Cruz.
Corpo transpaçado por lanças vis de maldição.
Cheiro de pele queimada, lagos de sangue ao chão.
Multidão cega ao redor, em trevas, consumiu o Clarão.
Mesmo assim, sofreu Jesus.
Provou da morte.
Prometeu ressurreição.
Ainda ouço os gritos da rua.
Reflexos de pedradas lançadas.
Cada estalada de chicotes, arrepio.
Gotas de sangue, rastro das estradas.
Esperança de Maria furtada, arrasada.
Vitupérios tão pitorescos de horror bravio.
Foi inimáginavel! Thiago se pergunta:
Isso é mesmo real? Perna bambeia, brutal!
Coração que treme e sangra, fraco se acanha.
Alma que absorve perigo, dói as entranhas
Esvai aroma da vida, enquanto saudade emana
Na voz do trovão, o mesmo som de angústia.
Aquela velha dor de desespero do silêncio!
Pensava sobre seus ensinamentos.
Nos montes ouvi duros sermões.
Conversei por dias comigo mesmo.
Muitas palavras me viam na cabeça.
Nas razões, memórias e contradições.
Me fiz ouvir, no fundo do mar.
Sozinho, só pra ver tua luz.
E perceber teu silencio.
Relembrar tua promessa
Esquecer o peso desta cruz.
Flor da boca, inculta e bela.
Desabrocha, ser doce, ternura.
Não destile o veneno que mata.
Mas, ofereça remédio e cura.
A boca fala do que o coração está cheio.
Língua que arde em chicotes, florestas incendeia.
Se só tua presença me acalma.
Venha, resurja, e através de mim, Jesus clareia.
Não se torne escravo daquilo que afirma ser.
Não fale demais por não ter nada a dizer.
Quem fala a mesma língua, se entende.
Quem fala do próximo, condena a si próprio.
O que traz o bem a boca faz surgir verão.
Mas, o tolo, com mentiras, inverno constrói.
No ápice do outono, felicidade auto se destrói.
Minha esperança é que as sementes do mestre da cruz
Um dia começara a brotar, inaugurando primavera de Deus!
Em Babel havia uma torre.
Todos falavam a mesma língua.
Mas, ninguém se entendia.
Não se aturavam aqui em baixo.
Queriam morar lá em cima?
No pentecostes, o encontro de culturas distantes.
Cada um com seu jeito e raça.
Cada um com sua graça sua cor.
Não falavam a mesma língua.
Mesmo assim, conseguiam entender o valor.
Oh! Ruah Yaveh! Sei que És furacão.
Teu sopro nos ensina historias,
Que livros não ousaram contar.
Mestres não conseguem entender?
O Espirito nos guia ao secreto lugar.
Sua sabedoria revela de cada um o valor.
Só não aprende, quem não quer.
Só não quer, quem não sabe reconhecer sabor
O tempero é azeite virgem, vinho de alegria
E o pão da vida pra te alimentar, nos vivificar.
Não jugue os outros,
Não meta o pau.
Pois, só do amor surge o bem.
Só o Bem vence o mal.
Sempre que tempestades no litoral se forma
Sempre que há furacões à envolver meu ser
Sempre que chove chuvas de raios...
Aplacas meu temor.
Mais uma vez no seu barquinho estou.
Confrontas meu terror
Mais uma vez em seu barquinho vou
Pois, totalmente dependente sou.
De teu amor que é furioso em mim.
Me sinto feliz em declarar assim...
Não há, tempestades que me impeçam.
De velejar mais uma vez sobre o mar
Buscar abrigo do esconderijo das ondas
Como criança no ar, ser elevado ao porto seguro
Me lança até os confins da terra
Como raios em tuas mãos.
Meu nome não é o mais importante.
Embora, houvesse sido morto decapitado.
Tiago, conhecido como o filho do Trovão.
Fez com o milagre de teu tesmunho
Nos anais da historia fossem registrados.
Como raio em pedras, jamais foram apagados.
Finalmente Thiago entende que quando Yeshua,
subiu a cruz, Jesus não disse: "Espero que funcione."
Cristo expressou com últimas palavras antes de morrer:
"Está Consumado!".
O Rabi sabia que daria certo!
Ninho,
Versão: Filho do Trovão
Tom: Bíblico.
Conto: Um dos 12.
O Filho da tempestade.
Série: Discípulos.