sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

PETRÓPOLIS - VAI VOLTAR A SORRIR:





Petrópolis diz aí: 


Tudo ao redor de hora pra outra desmoronou 

Sonhos de uma vida foram escorrendo por frestas, brechas, e ralos.

Abriram-se crateras, violentas chuvas, que escaparam aos dedos, tiraram seu chão, derramaram sua alma.


Quando de repente, nuvens densas, quase mar em oceanos celestes, desaguaram sobre suas cabeças. Ali houve um som, de tremer da espinha ao coração. Não estava lá, mas, posso imaginar.

 

Vocês foram surpreendidos por ondas, sem poder nadar. 

Quanta dor, quanta perda, sentimento de luto que perdura.


Da mesma montanha ⛰ que te fez escalar e subir bem alto, Oh Região Serrana. Quanto esplendor, que cede a dor momentânea. 


Vieram o peso de águas que te forçaram descer.


E em vales, suas historias, bens e investimentos foram inundados. Economias de uma vida inteira.


Logo você Petrópolis, que de tão encantadora, recebia gentilmente tanta gente linda.


Me permita dizer uma coisa, você não está só minha querida.


Sua dor é coletiva. Fazemos parte da sua historia. Não permitiremos que seus filhos permaneçam soterrados. Iremos nos esforçar pra que se levantem! Sim, iremos cooperar, pra que se ergam. Lutaremos lado á lado. Sim, não nos cansaremos de tentar. Sim, os que se foram, em cerimônias dignas, serão honrados. Um monumento precisa ser erguido em memória dos que partiram. Muitos podem serem salvos ainda. E estamos aqui pra ajudar. E sobre esta lama, que hoje o odor incomoda, ergueremos um jardim de flores pra emocionar e perfumar.


Petrópolis, O Rio Todo está de braços abertos pra te abraçar. Pois, ninguém entende tanto de águas, como o Rio. E as mesmas águas que levaram muitos amores embora, trarão tantos outros de volta, e o que não voltar mais, agraciado em Deus, será eternizado em saudades.


Por amor a ti Petrópolis, iremos continuar. Não nos cansaremos de tentar. Consolidar esforços pra salva guardar e preservar tanta coisa boa que ainda está em ti: No ar, na terra, e a abaixo dela aguardando o estender de nossas mãos.


Petrópolis, você vai se erguer.

Petrópolis, seu choro não é vão.

Petrópolis, ainda que hoje, permaneçam sem entender. 

Petrópolis, eu profetizo em Deus, vocês irão voltar à sorrir. 


- Edson Alves

O poeta do Rio


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