sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

CRISALIDA DA MENTE.


O tempo aparenta ser agulhas afiadas apontada em minha direção objetivando de segundo em segundo atingir meu ponto de equilíbrio. No entanto, ao olhar o espelho percebo que existe algo mais disposto a tirar meu sono. Os dias de experiência escrevem histórias em meu rosto, rugas ou olheiras? Não há muito para escolher, quando de repente, mais um fio de cabelo branco surge. Aliás, cabelos brancos, quando ainda os possuo, pois dependendo do território, a queda se faz e a calvície se instala. Hoje a noite as estrelas irão sair do lugar onde permaneceram escondidas, e em meio a elas, uma mais brilhante do que as outras iluminará as asas do avião. Voarei, em meus pensamentos, dormirei acordado, e sem sonhos verei a noite passar. O sol aquece meu corpo, me fazendo esquecer o frio da noite. Quem me dera se o sol se fizesse dentro de mim, e em meu coração congelado eu pudesse desfrutar uma bela manhã. As pegadas na areia desaparecerão com o tempo, tudo será lembranças quando nem tudo fizer sentido. O pensamento voa, enquanto a mente aprisionada sussurra delírios. Cadê? Onde está a nossa liberdade? E a transformação prometida? Não percebo mais um brilho diferente aos olhos do meu próximo. E a infância? Me mostre novamente essa fase na vida, nossos avanços nos garantiram retrocessos em nossa identidade, aprendemos o modo perfeito e a estratégia fatal de deixar a vida para trás, vivendo melhor apenas seus sinais, consequência inevitável se apresenta agora exposto em quadros, a pintura da loucura com seus fantásticos reflexos. Nos tornamos sombrios, será esse o motivo de sofrermos? Acho que o problema é o medo de lutar! Fugir é mais fácil, o que por ora nos torna nada mais nada menos que um fracasso humano. Mas, as borboletas não são assim, elas sofrem como lagartas estiradas no solo sangrento, se alimentando da poeira do tempo, presenciando mil e um sofrimentos para o dia final. Crisalida, o momento esperado, a transformação ao alcance das mãos, mudança, a esperança é logo ali. E ao abandonar o casulo rumo a liberdade percebo novamente o brilho, novamente, delírio, só que dessa vez resulta felicidade por fazer a vida ser do meu jeito, dando sentido ao que sempre desejei. Um sonho estampado nas nuvens e me sinto leve, descanso ao ar, sem tocar ao chão sinto o vento bater ao rosto, massageando minhas marcas, logo eu, que possuo tantas. Lá em baixo, posso sentir o passado abandonado impotente não me causar seus traumas, e as inúmeras vergonhas estão derrotadas tendo seu lugar ao chão. Sou completo e minhas asas tão reais, tão firmes e tão belas. Não preciso voar acima das nuvens, desde que exista jardins para purificar o ar de minh'alma. Fui salvo, no último instante. Dado relevante, pois, meu segredo contado está revelado como sagrado em um coração que não sangra mais. Minha mente foi liberta! Em um mundo cheio de possibilidades, até sorrir ao vento pode mudar tudo. Sorria para vida, quem sabe ela não te devolve esse presente :) Essa noite pode ser diferente, só depende de você, então, voe mais alto e não tenha medo de tirar os pés do chão. Mesmo que tenha que garantir a morte de algo em você, se for para salvar a essência de quem você realmente é, terá valido a pena.

- Edson Alves.

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