domingo, 12 de fevereiro de 2012

O PODER DA MULHER NO ORIENTE MÉDIO

O fotógrafo espanhol Samuel Aranda recebeu o prêmio de foto do ano de 2011 do World Press Photo, por uma imagem de uma mulher com um véu segurando um parente ferido em seus braços, após uma manifestação no Iêmen. "A foto vencedora mostra um momento tocante, de compaixão, a consequência humana de um enorme evento, um evento que ainda está em andamento", afirmou o chairman do concurso, Aidan Sullivan. "Pode ser que nunca saibamos quem é essa mulher, embalando um parente ferido, mas juntos eles se tornaram a imagem viva da coragem do povo comum que ajudou a criar um importante capítulo na história do Oriente Médio." A mulher está praticamente toda coberta com suas vestes negras, e usa luvas de borracha enquanto conforta o parente, um homem magro sem camisa e com o rosto apoiado no pescoço dela. "Ela vale para o Iêmen, Egito, Tunísia, Líbia, Síria, por tudo o que aconteceu na Primavera Árabe", afirmou o jurado Koyo Kouoh. "Mas mostra um lado privado, íntimo do que aconteceu, e mostra o papel que as mulheres tiveram, não apenas de cuidar, mas como pessoas ativas no movimento."

"Meninas proibidas de ir à escola e condenadas ao analfabetismo. Mulheres impedidas de trabalhar e de andar pelas ruas sozinhas. Milhares de viúvas que, sem poder ganhar seu sustento sobrevivem ao invés de viver. Dependem de esmolas ou simplesmente passam fome. Mulheres com os dedos decepados por pintar as unhas. Casadas, solteiras, velhas ou moças que sejam suspeitas de transgressões - e tudo o que compõe a vida normal é visto como transgressão - são espancadas ou executadas. E por toda parte aquelas imagens que já se tornaram um símbolo: grupos de figuras idênticas, sem forma e sem rosto, cobertas da cabeça aos pés nas suas túnicas - as burqas. Quando o Afeganistão entrou no noticiário por aninhar os terroristas que bombardearam o World Trade Center e o Pentágono, essas cenas de mulheres tratadas como animais voltaram a espantar o Ocidente."
- Recorte Artigo Revista Veja.

É porém, essa visão da mulher no Oriente Médio apresenta ela como um simbolo impotente, o que definitivamente não é verdade. Há inúmeras mulheres guerreiras naquela região tantas quanto aqui no Ocidente. Esta semana, podemos presenciar a importância desta mulher naquela cultura, na construção da História daquele Povo. Uma imagem surpreendente, que definitivamente tardará a abandonar o solo de nossa memória, o chão de nossas lembranças nunca mais será o mesmo. E refletiremos profundamente nossas declarações a respeito daquilo que é distante a nossa maneira de enxergar a vida. Escreveu em nós, mesmo em silêncio, uma poesia inesquecível sobre o significado do amor e o poder da mulher no Oriente Médio. Já não importa o que existe por fora, desde que a essência sobre salte o valor da existência estereotipada e taxada por nós ocidentais e a importância de tornar cada momento uma dádiva a humanidade. Sendo ela, a imagem da paz em meio a guerra. Guerra que outros causaram como um falso pretexto de justiça. E os outros, estão aqui bem próximo a nós, acima de nossas cabeças, porém, ainda não percebemos.

- Edson Alves.

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