Quando a tempestade se faz ao redor e um silencio penetra em minh'alma, dilacerando em mil pedaços o que sobrou de mim. Minha ousadia é lançada ao chão. Sinto uma apatia me tomando por inteiro, domando as forças do meu próprio eu. Acontece de tempos em tempos e continua afogando sem pudor a parte que me faz humano, desaparecendo em uma embarcação, com o barqueiro de Dante levando-me sem compaixão. Por toda Estige o barqueiro e o passageiro justiceiro outrora nas garras dos círculos, tais círculos formando alicerces n'alma. Exorcizando todos os dias meu próprio ser. O passageiro sombrio, quem pode ver? Quem irá crer quando eu contar? Que o naufrágio que sofreu minh'alma, fora consequência do oceano de lágrimas que eu mesmo causei quando permitir me faltar a fé do Mestre. E abandonei sua embarcação por medo de lutar. Logo eu, que acreditava que minha vida estava do avesso, descobri que o avesso era o lado certo. E que não precisava mudar de barco, mas, mudar as circunstâncias que se instalaram ao redor.
- Edson Alves
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