Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busco anelante
O palácio encantado da Ventura!
Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!
Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas d'ouro, ante meus ais!
Abrem-se as portas d'ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão - e nada mais!
- Antero de Quental -
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busco anelante
O palácio encantado da Ventura!
Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!
Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas d'ouro, ante meus ais!
Abrem-se as portas d'ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão - e nada mais!
- Antero de Quental -
(Poeta português. Ponta Delgada, 1842—1891)
Pudera eu encontrar o Palácio da Sabedoria,
E entrar por suas portas e não mais sair.
Esvaziaria-me de mim mesmo para decifrar seus mistérios,
lavaria minha alma dos pesadelos do passado.
Seguiria triunfante em minha jornada, quem sabe concertaria através do tempo minha armadura.
E nutriria melhor meu viver.
Faria da sabedoria o meu escudo, e das palavras de inteligência a minha bebida.
Em minha lida, procuraria me encontrar com o Rei, e saudar o verbo e saciar-me de vez e por completo.
- Edson Alves
(Poeta brasileiro. Rio de Janeiro, 1987 - 2087 ?)
- Edson Alves
(Poeta brasileiro. Rio de Janeiro, 1987 - 2087 ?)
Nenhum comentário:
Postar um comentário