terça-feira, 24 de setembro de 2019

MENINA DA CIDADE


Certa vez em um pizzaria, haviam poucas pizzas 🍕 sob mesas e muito amor entre os seres. Um pai sentou-se de forma serena, para dar atenção aos olhos tristes e apaixonados de um menino muito querido. Sua intenção apesar de boa, por deslize, se referiu ao jovem errante como garoto da roça, após ele haver concedido o único pedaço de pizza que havia chegado à mesa e entregue a sua filha bela e amada. Foi tão triste aquela declaração, pois o menino recebeu como desprezo o ato do homem que ele tanto admirava. Ao ponto que a saudade, fez com que o veneno daquelas palavras fizessem ele lembrar aquela cena em dor, com os olhos rasos d’água. Dizem que até hoje, quando ele canta nos luaus em praias ou fazendas, ele chora por saudades da branca lua que comeu o doce da pizza enquanto ele provava o amargo das palavras do pai dela, que ao tentar defender-lo, o afogava ainda mais em sofrimento de amor! A música 🎶 🎵 que ele canta e encanta ao olhar à lua da roça, o faz lembrar ardido em saudades da branca menina da cidade, como que um convite pra que todos recebam a primavera do final de setembro pra esquecer das dores dos campos, ao admirar o brotar de novas e belas flores! Dizem que sua voz tem tanta energia, que arrepia a alma no primeiro tom, e que quando pega a viola, os próprios anjos do céu, trazem do céu a lua 🌓 para ouvir a música, pelo som doce e triste de sua voz, pois nem na mansão celeste haviam apreciado tamanho amor de homem! No lugar do veneno do desprezo das palavras do pai da menina, o menino até hoje se cura com doses do sorriso dela, já que o som de sua doce voz está longe demais para que se faça ouvir ao silêncio de teu coração em pedaços. Se a menina ainda que por curiosidade, procurar saber sobre o paradeiro do moreno, diga que o menino, ainda canta canções pensando nela, faz poemas pensando nela, e ainda chora sempre que assim faz. Suas lágrimas neste mês, são para regar a chegada da primavera, sempre que uma flor desabrocha e o sol queima, ele sente o perfume da menina da cidade. Com olhar triste e profundo ergue a Deus diversas canções, entre tais, Rancho Fundo, pois, faz lembrar sua amada lua 🌓!

- Edson Alves.

A seguir a Letra:
No rancho fundo
Bem pra lá do fim do mundo
Onde a dor e a saudade
Contam coisas da cidade
No rancho fundo
De olhar triste e profundo
Um moreno canta as mágoas
Tendo os olhos rasos d'água
Pobre moreno
Que de noite no sereno
Espera a lua no terreno
Tendo uma cigarra
Por companheira
Sem um aceno
Ele pega na viola
E a lua por esmola
Vem pro quintal
Desse moreno
No rancho fundo
Bem pra lá do fim do mundo
Nunca mais houve alegria
Nem de noite, nem de dia
Os arvoredos
Já não contam
Mais segredos
E a última palmeira
Já morreu na cordilheira
Os passarinhos
Hibernaram-se nos ninhos
De tão triste esta tristeza
Enche de trevas a natureza
Tudo por que
Só por causa do moreno
Que era grande, hoje é pequeno
Pra uma casa de sapê
Se Deus soubesse
Da tristeza lá na serra
Mandaria lá pra cima
Todo o amor que há na terra
Porque o moreno
Vive louco de saudade
Só por causa do veneno
Das mulheres da cidade
Ele que era
O cantor da primavera
E que fez do rancho fundo
O céu melhor
Que tem no mundo
Se uma flor desabrocha
E o sol queima
A montanha vai gelando
Lembra o cheiro
Do amor e lua.

Intérpretes: Maria Gadú e Chitonzinho e Chororó
Fonte: Palácio da Sabedoria
Compositores: Ary Evangelista Barroso / Babo Lamartine De Azevedo
Letra: No Rancho Fundo

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