quinta-feira, 1 de março de 2018

LABIRINTO DAS ILUSÕES



Estava atravessando masmorras psíquicas, com pensares em frangalhos, carecido da sorte que era lhe ter próxima. Como equilibrista tentava chegar a torre da confiança. Ventava bastante, e meu chão estava distante demais dos pés para sentir-me seguro. Se desse um passo em falso, meu destino estaria no poder de suas asas a me salvar. Mas, não sabia se era você um anjo da guarda a livra-me!

Confiaria eu no acaso? Me limitaria ao medo do porvir? Insegurança nunca foi meu forte! Estava disposto a arriscar tudo. Tinha a certeza que no momento que eu mais precisasse estaria novamente próxima a mim, segredo meu, minha proteção divina. Um anjo de cura, suas mãos ainda tinham o toque para livrar-me, para sarar-me? Esta altura, ninguém arriscava garantir, nem eu, tão pouco você.

Que atitudes tomaria, se por amor, se equilibrasse entre a vida e a morte? Entre o santo e o profano. Entre felicidade e desventuras. Para quem não sabe onde deseja ir, qualquer caminho serve minha irmã. Quanto a mim, apenas um motivo a mover-me, a inspirar-me, a elevar-me tão alto e tão exposto, deixar-me planar com dois pés esquerdos. Minha sensação era que se houvesse salvação, iria precisar dela com todas forças.

Respirei fundo, lembrei do auto controle, utilizei tecnicas que acalmassem o perigo implacável inusitado futuro. Passo à passo, dia à dia, segundos ou horas, suor a flor da pele. Escorreguei, as pontas dos dedos apoiados, em uma linha tenue. Meu coração partido, não presenciava seu retorno. Não regressava como havia previsto, tinha ido longe demais para desistir.

Olhei sua fotografia na memória, e tive forças para erguer-me e continuar, firme até o outro lado. Quando cheguei imaginava que estaria aos pés das grandes escadas a minha espera, mas, não estava lá também. Nada de abraço apertado. Nada de palavras de honra. Verdadeiro heroi sem medalhas, risos. Busquei a natural serenidade, e segui tranquilo rumo ao destino. O universo tremia meu reflexo e força, estava munido de esperanças.

Desci desesperadamente, colecionando lágrimas, derramando rios e formando lagos aos degraus, que fazia meu andar ficar ainda mais escorregadio. Estava arriscando tudo por mais um dia, que pudesse olhar dentro de seus olhos e me saciar de apenas lhe dizer palavras boas e que lhe fizessem rir. Só queria lhe abraçar e pedir perdão por tanta insonia. Se pensavas em mim, não sei, não era vidente!

Mas, nem por um segundo, cessei de pensar sobre o quanto era apaixonado por sua alegria e amabilidade. Queria confessar meu crime, procurava os porões da existencia para aceitar minha sentença por amar-te mesmo sendo tormenta proibida. Não iria debater, mesmo possuindo muitas verdades. Como prisioneiro do coração, não me sentia digno.

Quando cheguei no fim das escadas, avistei aquela multidão de encapusados, com vemelho escarlate. Agulhas de escorpiões lançadas ao chão. Havia de tomar cuidado. Mas, algo me fazia correr contra o tempo para encontrar-te, meu coração ainda partido. Sei que a vida nem sempre vai bem. Quem nunca sofreu de amor? Não tem idade, coração que não vê, nem sente, não vive! 

Buscava o balsamo em tuas mãos. A cura em teus lábios. O beijo era o menos importante. Queria apenas ver-la, ouvir sua voz Lua. Mas, meus dias eram apenas manhãs de sol, sem sua presença a janela. Mesmo quando a noite surgia, via nuvens a ofuscar sua perfeita imagem a guiar-me para fora do Labirinto a seguir, onde precisava resistir as tentações, aos prazeres momentaneos. 

Todos queriam me afastar do meu destino. Não iria ceder, e me privar de lhe perder para sempre. Minhas emoções a flor da pele, respiração ofegante, não suficiente para que minha mente apagasse a dona do meu coração, e lhe entregaria meu ser em caquinhos quando finalmente saisse daquele paraíso de ilusões. Voltas, paredes, revés.

Cada três passos, nova armadilhas, e eu ali, sem você. Minhas mãos tomaram meus cabelos pela nuca expressando aos céus meu grito de desespero. Olhava para os ceús a procurar-te, e ruivava por madrugadas a fio, sem tua luz a guiar-me. Orei o pai nosso que havia me ensinado. Comecei a me arrepiar, senti pela primeira vez que estava só.

Novamente chorei, perdidamente sem encontrar a saída. Esperava que você ouvisse a voz de minha alma, sagrando ausencias, gritando socorros, balbuciando nossas canções nas cálidas noites com perigos de execuções repentinas. Golpes de surpresas as vezes viam como fruto de invejas daqueles que não entendiam minha jornada e missão. Não podia revelar a ninguém, só confiava em você.

Queria desabafar, mas, você estava ocupada demais para lembrar de mim mero mortal. Só queria saber noticias tuas. Se estava bem? Se sentia-te segura? Se também pensava em mim, ou simplesmente, pensava em nada. Afinal, quem era eu? Garoto da periferia, menino das vielas, garoto errante no palco da vida, eu não era ninguém para merecer sua atenção e sua solidariedade.

Achei um mercador, barbudo, cabelos grandes e cinzentos, olhos azuis cristalinos, voz impiedosamente grave, dizia-me, possuo mapa. Possuo sonhos, tudo que precisa esta a venda aqui. Meu preço é sua alma jovem Sol. Fiquei furioso! Via veneno naquelas mãos que entregaria em uma o mapa de saida do labirinto, e com a outra mão, retiraria meu folego de vida assim que eu lhe avistasse. Tentador demais, mas, o velho homem que vendeu o mundo não iria confurdir-me.

Rejeitei, ele começou a rir. Tolo, tolo são todos teus sonhos, será desventuras e fracassos seus dias. Não há chance para seus surtos equivocados. Ela jamais lhe verá como merecedor. Irei suplantar sua honra por haver me negado, colocarei ainda mais barreiras e armadilhas. Não sairá vivo daqui mancebo. Irá tornar a terra, como pó tua própria mãe irá devorar o tutano de seus ossos. 

Até que só reste teu coração em minhas mãos e eu sequestre sua amada protegida dentro de você. Não haverá o futuro que o Criador lhe prometeu. Deus está morto! Seus irmãos o crucificaram. Ele não voltará para lhe salvar. Tão pouco sua amada Lua, ela rir sua ausencia. Em breve sua Lua estará embecida em sangue e descerei sobre a terra a afligir todos com chagas e amarguras.

O fruto do ventre dela não irá nascer! Não irei permitir. Estava no inicio, e sobrevivi, seu Deus não, ele é um mito. Seu Deus, menino sol, é lenda, seu Deus está morto. Por isso, não lhe ouve. Grite socorro, sua amada nunca será sua. Não existe futuro para você. Você morre aqui hoje. Não importa quanto se reeinvente! Eu finalmente respondi: Que Deus lhe repreenda Serpente maldita! Parta para seu reino e não tornes, pois, me cansei de seus jogos, eu irei escapar nas asas do amor.

Voarei rumo ao Destino. Preservarei a Lua até que o Eclipse se faça. Você pode tentar vender seus sonhos, mas, para mim que sei revelar-los, não passam de pesadelos. Eu estou acordado, meus olhos lhe enxergam aí! Acha que suas ilusões iriam me seduzir. São razas suas falsas promessas, não sinto o efeito delas em meu interior. Esqueceu que interpreto espiritos, e não é a primeira vez que lhe encontro. Retornei do coma. Venci a morte por diversas vezes e não irei perecer aqui neste labirinto!

Então, um raio desceu! Os altos muros ao redor, desmoronaram. Pedras sobre pedras, o Vil tentador, farsante mercador e vendedor de sonhos partiu, prometeu voltar. Mas, sua boca imunda nunca cumpre o que diz, Ele é o pai da mentira. Não há verdade na antiga serpente. Melancolia, pensar em seu veneno tão perto, cheiro podre de enxofre torrado. Vai-te embora principe sem luz.

Ao resisti aquele lendário inimigo de minh'alma, cumpriu-se o fragmento sagrado que dizia: " Resista ao Diabo, e Ele fugirá de vós."! Então, aquele velho senhor, olhou com ódio aos meus olhos. Levantou seus braços, retirou seu capuz e lançou para o alto sua capa metalica e cinzenta, parecia ser damasiadamente pesada ao flutuar nos ares, quando caiu, um estrondo forte que fez zunir meus ouvidos de dores. Começou a sangrar meus tímpanos e baixei a cabeça.

Com olhos acima, percebi poeiras densas! Fedor, chegava me enjoar. Até que suas asas se abriram, carcomida pelo tempo e toda maltrada por labaredas, faíscas pairavam e lembravam um antigo combate que ele mesmo confessou enfrentar contra Miguel e seus anjos. Então, partiu! Vôou como cometa e desceu apos a linha do horizonte na velocidade da luz, tão rápido quando se possa imaginar, som terrível nos ares, dores de cabeça, sem remédios, sem cura, sem você.

As velas cercarão seu enterro quando encontra-te no fim! Meu Rei virá! Sim, Meu Deus vive e em breve retornará. Adeus maldito alado, não és mais anjo sobre nós. Suas canções não me iludem, não retorne mais até o fim dos tempos! Então, lembrei da Lua. Densas nuvéns se dissiparam naquela noite bizarra e sombria, já podia imaginar seu retorno a guiar-me.

A Lua estava nos altos céus, estava sobre todas coisas. Mistérios de rios, com desabrochar de lagos. Preciosa, uni o mar com meu olhar. Lua só precisava existir para me completar. Sempre que me vejo perdido uni amigos ao meu redor. Talvez, ela saiba de có, tudo que eu preciso sentir! Uniu o meu viver, com seu viver. Ela uni as quatros estações, e fez ser noite plena sobre mim ali, saindo daquele labirinto de ilusões.

Vem sobre mim lua, me banha com tua luz, sou teu amor perseguido. Livra-me das trevas que ainda me cercam e me conduza ao fim. Vem linda, vamos juntos vencer tudo e todos. Se me permitir? Se permita, a ser canal e agente de vida e transformação. Podemos reconstruir tudo, alias, podemos ajudar o Divino! Tens fé minha cara amiga? Tens esperança? Toma meu amor e vamos reinar dos altos céus!

Lua, sou prisioneiro teu, descobri no breu, uma constelação. Céus, conheci os céus, pelos olhos teus, Véu de contemplação. Deus, condenado eu fui ao forjar o amor no aço do rancor. Foi entre a redenção e a o explendor de ver você viver. Desejei sair de mim, e respirar por ti, quando percebi, minha missão era você. Era te reencontrar límpida, clarão de la luna, pequenina e divina!

Livre do Labirinto das Ilusões nos ares, entre céus e a terra, carecia de retornar ao plano terreno. Acordei, bom dia amor, dormiu bem? 🦋❤🦋. Estou vivo, isto que importa, até a próxima viagem e regresso, onde tudo pode acontecer! Por te amar demais sofri amor. Me senti traido na linha do bem e do Mal, não quero viver um lado só, mas, dessa vez quase não voltei para lhe reencontrar.

Prometa Lua, se um dia ver eu partir, vá me buscar? Prometa por favor, que fará eu retornar para viver mais um dia ao teu lado. Quem eu sou para eu querer entender o Amor? Lol... irei transpor as leis mesquinha dos mortais! Ave Fenix, irá ressurgir das cinzas. Luz da minha vida. Sou centelha para aquecer teu coração. A noite fez surgir luz na escuridão e a dor revelou explendida emoção.

Te amo.

Ninho, versão Sol.
Tom, Ousado!

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