sábado, 16 de junho de 2012

A MORTE DE DEUS.


       
       Eli Eli lama sabactâni, esta palavras expressam o sentimento mais profundo presente no coração de um filho desamparado. Nem mesmo no Getsemani, enquanto seus amigos faziam pouco caso de sua dor e suas lágrimas eram de sangue, o pavor e a insatisfação tornara-se tão real. Estaria Jesus presenciando o maior dilema humano, provando do espantoso sabor da morte? Explicaria talvez, o gosto amargo das palavras proferidas em cruz. Seria possível que Jesus, o Messias libertador estivesse morto? A Bíblia parece apontar para um enigma ainda maior, se este era também o Cristo, não só o "ungido", mas, igualmente Deus, estaria desta forma Deus morto? Qual seria a esperança humana após o fato ocorrido? Para que serviria a fé dos discípulos? Com um grito o horror se fez naquela tarde cinza, "Deus meu, Deus meu, por que me desamparastes?" Era uma pergunta pouco tipica, nada usual, uma afirmação da alma, autêntica, e impactante! Onde estava Deus quando o mestre agonizava na cruz? Aonde estavam os homens por qual Jesus morreria? Por qual território do cosmo flutuava os pensamentos do mestre naquele instante de dor? Quando suas últimas forças esvaiam pouco a pouco do seu corpo mortal, poderia sua alma confiar na eternidade de seu amor triunfante? Por hora o poder deste amor venceria a morte e a esperança viria a sobreviver em meio ao caos? Quão profunda era sua dor! Muito tempo depois a Filosofia também expressaria seu desgosto pelos lábios inocentes de um jovem, de uma antiga criança que aspirava ser pastor e depois tornaria-se ateu. Nietzsehe, mergulhado em seu descontentamento com a instituição eclesial, deixa fluir do interior da alma, um novo grito de abandono. :
 "Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós!"
     O filosofo não seria o único, um teólogo alemão da Igreja reformada, passaria perto de reafirmar a antiga interpretação da cena mais cruel da humanidade retratada na história e confirmada pela Bíblia. Jurgen Moltmann iria lançar um livro de aproximadamente 418 páginas em sua versão para a Língua Portuguesa, intitulado de: 
"O DEUS CRUCIFICADO"
Uma metáfora da vida segundo Dr. Levy da Costa Bastos,  e que apesar de maravilhosa, nas palavras de Moltmann nada mais seria que "Uma tremenda aventura, uma viagem de descobrimento numa terra desconhecida com muitas surpresas, mas não sem decepções". 

     O que aconteceu de fato naquele solo pueril do Gólgota? A figurada caveira mostraria sua verdadeira face? A morte! O palco da Paixão despertaria dor na platéia ao redor! Lagrimas, muitas lágrimas, o pranto estendeu-se pela noite e cobriu aquela madrugada. O espanto noturno saiu as ruas, ainda assim, não provocara nada além nos moradores daquela cidadela desamparada pela morte da única esperança de seu povo. Não havia espanto maior! Todo desespero teria seu início na cruz. Seria aquele momento o princípio das dores? O enigma era simples, quando um homem morre o porvir pertence a Deus. Porém, quando um Deus morre, sobre quem repousará a esperança?

     Existe um certo silêncio humano quanto o lidar com a morte. O Cristo na pessoa de Jesus rompeu com os limites compreensíveis e ainda assim reais para desvendar tal mistério. Enfrentou no inferno a morte, resistindo-a cara a cara, não se emudeceu ao pisar em terra estranha, de pó, fogo e maldade. Ao encarar o cerne da problemática causada no antigo Éden, desenvolveu uma solução salvífica, restaurando a esperança divina no plano de criação. A saída seria novos céus, e nova terra, estava finalmente pago, preço justo, valor da vida, entregue a morte, solitário até o ultimo instante. Toda via, semelhantemente como a fenix ressurgindo das mais densas trevas para maravilhosa luz. Aliás, por falar nisso, aquela seria a primeira vez que a luz brilharia tão pura e plena no inferno. Até os anjos decaídos ficariam admirados, com remorso é claro, posto que, se não existe amor, o arrependimento também não se faz. O silêncio de cruz na terra  ocorrera paralelamente a risadas infernais, porém, após a "Morte de Deus" o destino inevitável de Cristo era o inferno, afinal, não estava sobre seus ombros moídos o peso de nosso "Pecado". Jesus morreu na cruz por nossos pecados. Entretanto, Deus, Cristo no poder milagroso do Espirito Santo por amor cobrou a recompensa de tamanha dor, nas profundezas do "Antigo Abismo". O Espirito de Deus que pairava sobre as águas sossegadas no Princípio, transportara-se ao abismo profundo para garantir após o fim, um novo recomeçar! É neste fato e não na morte ou no fim que repousa nossa esperança. O fim é uma possibilidade, mas, a eternidade sim, esta é real e nossa principal certeza enquanto em nós arder esta chama, Ressuscitou!

" DEUS MORREU. MAS, ISSO NÃO É TUDO. ELE RESSUSCITOU! NISTO RESIDE NOSSA ESPERANÇA!"
ELE ESTÁ VIVO EM NOSSOS CORAÇÕES, ELE É O VENTO, E NOS MOVIMENTA EM DIREÇÃO AO RECOMEÇAR!
- Edson Junior.

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