quinta-feira, 28 de junho de 2012

O CRISTIANISMO DE CRISTO.



"Não basta ter amor pelo pobre, deve ser um amor eficaz."
- Paulo Freire.

                Vivemos um momento da história do fazer cristão delicado e predatório. Um cristianismo muito competitivo e pouco cooperativo. Uma fé abalada e bastante imediatista. De formulações de belos discursos e raras práticas, que seria a força motriz destas rasas verdades concedendo-lhes voz e vida. Presenciamos um instante no palco da existência, que dure pouco, diga-se de passagem, onde o antigo protagonista ser cristão cedeu lugar ao pobre protagonista ter cristão. Onde solução ocupa lugar de salvação. Percebemos o colapso da Instituição religiosa como um todo quanto aos valores verdadeiros do evangelho e as boas novas deste Cristo genuíno que a bíblia narra. O Cristo genuíno é esse que abriga em sua maneira de viver a vida, todo ser humano sem distinção. É aquele que é instrumento de paz, de uma paz divina; É o mesmo que combate o ódio com amor e não com espada e pedras. É também, aquele que oferece perdão quando a ofensa se faz. Finalmente, é aquele que onde há discórdia, concede a união e onde há a dúvida, faz surgir a fé. O Cristo genuíno, é aquele que oficialmente tornou-se puramente humano. É aquele que ao torna-se homem, buscou compreender nossas falhas, dores e medos. Sentindo um a um em sua pele graciosa. Aliás, O Cristo genuíno é aquele que sempre se faz próximo de nossas necessidades. Não como mero observador da calamidade humana. Porém, atuante, milita em favor de oprimidos, cansados, desesperançados, aflitos, perdidos, solitários, marginalizados, doentes, pobres e todos, infinitamente todos que precisem D'Ele. É um Deus amável, afável, agradável, maravilhoso, curador, protetor e até mesmo sensível as nossas necessidades. Um Deus de ternura que nos abriga na grandeza de seu ser. E somente N'Ele estaremos para sempre seguros. Deus é um Pai maternal como nos evangelhos, que como galinha protege seus filhos. Que está a esperar na porta, olhando ao horizonte e aguardando o retorno do filho, como na parábola do filho pródigo. Um Deus solidário, uma Mãe paternal, que nos gerou e nos concedeu autonomia para viver a vida. Que vivamos então de maneira excelente, e ao vivê-la intensamente, estejamos felizes. O cristianismo de Cristo é esse que é formulado nas experiências da vida, é este que ama, não por meras palavras de persuasão, mas, que com atitude desmonstra um amor eficaz, amplo, verdadeiro, puro e belo.
-Edson Alves.

A IMPORTÂNCIA DA VIDA.



          A terra é ainda, nosso único lar, sendo assim, considero improvável que seja vontade divina que o planeta seja destruído inevitavelmente. Pois, Deus que possui poder para tal, já o poderia ter feito, se ao menos este fosse seu plano inicial. O propósito de Deus porém, é salva guarda a criação na eternidade de seu ser. É apresentar os desígnios e mistérios mais profundos do processo criativo de sua vontade complexa. É sinalizar a todo ser vivo, que a vida fora feita para viver e viver de maneira abundante. Deus desejou destacar em nossos corações a essência do amor projetado em um presente, uma dádiva que é a oportunidade de viver, sem ter medo de ser feliz, triunfando sobre os problemas, sofrimentos e a própria morte. Talvez, esta seja a causa de um Deus tornar-se homem, e sendo puramente humano viver, e vivendo tão intensamente, ser convidado a adentrar novamente aos portais eternos. De maneira tal, que um ciclo esplêndido se fizesse e a glória de Deus fosse revelada no pós sofrimento da via sacra, no pós cruz e finalmente no pós vida. Sendo assim, a cartada final de seu interesse maior, é o projeto salvífico. Afinal, este Deus é amor e ama a humanidade por inteira, e luta com todas as forças de seu ser, com toda a potencia  que possui e existe em seu poder, como um furacão, para executar seu precioso e inerrante plano pró vida.
- Edson Alves.


“Quando mergulhamos no inferno existencial da solidão e nos sentimos marginalizados e excluídos. Ele nos sussurra: "Eu estou contigo". Quando ficamos abatidos pela perversão da humanidade, pelas chagas infligidas à Mãe Terra, pelas águas que contaminamos, o solo que envenenamos e o ar que poluímos, Ele suscita em nós um amor redobrado a tudo que existe e vive. E quando nos sentimos prostrados, sem vontade de viver e de estar com os outros, Ele nos convida: ‘Vem à minha casa e repousa e refaz as forças e experimenta como é suave meu amor’.”
-Leonardo Boff.

“Aquele que amar apaixonadamente Jesus escondido nas forças que fazem a Terra crescer, a Terra, maternalmente, o levantará em seus braços gigantes, e o fará contemplar a face de Deus”
-Teilhard de Chardin.

Nisto reside o propósito da vida, contemplar a face misteriosa de Deus. Pronunciar seu nome secreto. Tornar-se conhecedor de seu sábio segredo. E adorá-lo, mais uma vez adorá-lo por sua santidade e esperança que seu amor nos reserva após o fim. Admirados estejamos quando nossa finalidade se fizer em seus braços, e contemplarmos a grandeza da vida finalmente Eterna.
- Edson Alves.

BRASIL - UMA NOVA ROMA!?



"Na verdade das coisas o que somos é a nova Roma. Uma roma tardia e tropical (...). Estamos nos construindo na luta para florescer amanhã como uma nova civilização, mestiça e tropical, orgulhosa de si mesma. Mais alegre, porque mais sofrida. Melhor, porque incorpora em si mais humanidades. Mais generosa, porque aberta a convivência com todas as raças e todas as culturas e porque assentada na mais bela e luminosa província da terra."  
- Darcy Ribeiro em O povo brasileiro.


"Nós não entendemos Deus, isso é coisa dos romanos. Nós sentimos Deus"...
-Leonardo Boff.

      E ao senti-lo profundamente entranhado em nossa cultura, e em tudo que vive sobre esse solo gentil, nós vivemos também Deus, só que desta vez, como essência e não como uma mera imagem. E ainda sim, somos seus semelhantes, pequeninos, semelhantes porém, de um Deus tão grande e universal. Por isso talvez, nosso país possa ser conhecido e certamente o seja, como um País não só de brasileiros, mas, como País de todos! Afinal, todos são novamente gerados neste "ventre quente" que é a hospitalidade do contato com o nosso verdadeiro ser. Como diria nosso teólogo franciscano Leonardo Boff, é a "nossa mãe terra". Da mesma maneira, são as terras brasileiras como um abrigo das nações, de tal modo, que todos se alimentam desta mesma solidariedade e amor. É aqui, como em nenhum outro lugar, que percebemos uma obra francesa, simbolizando uma imagem de Deus, retratada de braços aberto para todos os povos, como o Cristo Redentor o é, no Rio de Janeiro. Nosso verão é colorido com tardes abóboras, inocentes como a infância. Nossos mares influenciados pelo lindo olhar do luar em nossas melhores noites. Nosso campos continuam repleto de flores. Essa pátria é amada e esta cidade maravilhosa. São encontradas em um mesmo lugar, em cima de um "Gigante" que não mais dorme, mais vive na perspectiva de realizar seu principal sonho, tornar toda terra uma casa comum, uma lar habitável. Ao meu entender, nós não somos uma nova Roma, no mínimo a extensão dela, revelada de uma maneira moderna e muito melhor em potencial pró vida.
-Edson Alves. 

terça-feira, 26 de junho de 2012

FÉ RELIGIOSA EM CRISE.



"Conheço meu destino. Um dia meu nome será ligado a lembrança de algo tremendo. Uma crise como jamais houve na terra, a mais profunda colisão de consciências, conjurada contra tudo o que até então foi acreditado, exigido, santificado. Onde vocês vêem ideais, eu vejo apenas o que é humano. Ah, demasiado humano."
-Friedrich Nietzsche.

Ao mergulharmos nas palavras do visionário filosofo alemão Friedrich Nietzsche, percebe-se que a crise que ele previa era a da fé religiosa que atravessou a Europa no final do século XIX. Pois bem, então, uma pergunta paira no ar, se Nietzsche estivesse aqui, o que nos diria? O que diria do evangelho dos evangélicos? O que diria do avivamento ala brasileira? O que diria do entretenimento cristão, no lugar das mensagens de salvação? O que diria do pare de sofrer? Do contrário,  que diria da apologia ao sofrimento?

-Só desejei que soubessem, estive a pensar em Nietzsche e refletir sobre a atualidade de seus pensamentos. Reconheci  tamanha importância de seus escritos, para melhor digerirmos o momento delicado pelo o qual passa a  fé religiosa no Brasil no séc XX.

-Edson Alves.

PÉS CANSADOS.



Fiz mais do que posso 
Vi mais do que aguento 
E a areia dos meus olhos é a mesma 
Que acolheu minhas pegadas
Depois de tanto caminhar 
Depois de quase desistir 
Os mesmos pés cansados 
voltam pra você. Pra você.
Eu lutei contra tudo 
Eu fugi porque era seguro. 
Descobri que é possível viver só 
Mas num mundo sem verdade.
Depois de tanto caminhar 
Depois de quase desistir 
Os mesmos pés cansados 
voltam pra você. Pra você.
Sem medo de te pertencer. 
Volto pra você.
Meus pés cansados de lutar 
Meus pés cansados de fugir 
Os mesmos pés cansados 
voltam pra você. Pra você.
- Sandy Leah

sexta-feira, 22 de junho de 2012

O PRÍNCIPE...


Um amor quando verdadeiro permite a alma sentir profunda alegria. Faz surgir como estrelas brilhantes a luz sobre a face e reluz nos olhos como raros diamantes. Diante do ódio do inimigo não se curva em meio ao mal. Provoca ao adversário arrependimento ou remorso, sempre que ante a autoridade oferece perdão e a bondade alcança ao coração impuro antes da espada da morte. Sua liderança é estabelecida junto a eternidade e seu governo é prospero. Todo aspirante ao poder deve antes de mais nada, conservar a humildade sem a qual não estabelecerá domino justo e igualitário. O povo terá na figura de seu líder suas necessidades representadas e bem administradas, a voz do líder representará a voz do povo, e a voz do povo, será a voz de Deus, no exercício de sua soberana vontade. Todos saberão que somente um é merecedor da glória, da honra e do domínio pelo século dos séculos. E todos, inclusive o próprio representante do povo se curvará diante de uma autoridade, poderosa em céus e terra, nosso único Senhor: Nosso Deus Supremo e Rei do Universo. Todos conhece seu nome. : O maravilhoso Príncipe da Paz.
-Edson Alves.

RIO + 20. SUSTENTABILIDADE EM FOCO.

Inverno de 2012, Rio de Janeiro, Brasil.

Vinte anos se passaram desde da ECO 92, e todo esforço é necessário para se manter, quando a palavra de ordem é sustentabilidade ao invés de crescimento. O Brasil está participando de um momento singular dentro da Comunidade Global. Necessariamente implica em responsabilidades maiores e é dever de todo brasileiro ter atitude em favor da vida na terra, nosso único lar. O meio ambiente tem nos lançado desafios de existência, sendo assim, para viver bem nos próximos anos, em busca de aproveitar melhor, digo de maneira qualitativa e não quantitativa. Nossa missão parece simples, preservar ao máximo nosso ecossistema, o planeta está adoecendo pouco a pouco, e o vírus desta doença somos nós, seres humanos. Como se manter ao invés de crescer sem que agrida e destrua nosso lar? Já nos fora dito, não há mais tempo a perder! A resposta para esta pergunta parece ainda um mistério, mais há disposição suficiente para encontrar soluções, e tais soluções estão guardada neste solo gentil, e no peito de todo brasileiro pulsa o interesse e coragem para enfrentarmos este momento de maneira madura e consistente, certo de que a esperança que nos movimenta é a mesma que revela a certeza de um novo amanhecer. Inspirados pela alegria que os sons dos pássaros promovem na natureza nossa companheira esquecida, que estava perdida, porém, será resgatada na força do amor que existe nos cidadãos deste país de todos... Pátria Amada Brasil!

Que venha a primavera!   

- Edson Alves.

domingo, 17 de junho de 2012

A COOPTAÇÃO CRISTÃ


O mandamento do amor cristão foi sequestrado! O cristianismo implica no amar ao próximo. Foi sequestrado por ame a você, ganhe muito dinheiro, isso fará bem a todos! É quase assim, grandes "igrejas" grandes negócios! Será? Este é o rumo que desejamos? Marginalizados, continuando a margem da igreja, e elite eclesial dependente desta instituição de consumo, como uma "droga", no sentido de tornar-se nosso vício moral, intelectual, de "fé" como produto, vendida e negociada por preço barato, poder e riqueza.
- Edson Junior

PERDIDA E SALVA



Tentativas vãs de descrever
O que me calou
Me roubou palavras, meu chão e ar
Me roubou de mim

E a dor some no vazio
Que o seu beijo preencheu
Na flor somem os espinhos
É assim, o mundo que você me deu

Tentativas vãs de libertar
O sentido maior
Que as palavras prenderam quando eu
Disse: Amo você

Não há sensação melhor, não há
Sinto estar
Perdida e salva

Em lugar de mil palavras
Deixo o instinto se exercer
Deixa o íntimo silêncio
Percorrer só 

Apesar de ser tão claro
Eu não consigo entender
E apesar de ser tão imenso
Cabe em mim
O mundo que você me deu



-Sandy Leah

A FÉ E A ANGÚSTIA.



"Imagine ser por um instante todos seus sonhos fossem reais, tente acreditar, nem que seja por pequenos segundos que seus desejos mais intensos podem tornar-se realidade, agora sinta. Isso é possível em Deus. E a angústia parece o espaço de tempo ideal para fé agir, e o sorriso de Deus traze-los a existência dentro de você".
- Edson Alves.

           O conceito de Angústia de Soren Kierkegaard ensina-nos a refletir sobre a importância de viver esse momento humano com a perspectiva de agradar o momento divino ao permitir o mesmo processo. A afirmação é esta. :
"Aquele que é formado pela angústia é formado pela possibilidade, e somente quem é formado pela possibilidade é formado pela infinitude. Portanto, a possibilidade é a mais pesada de todas as categorias...na possibilidade tudo é igualmente possível e quem foi realmente educado na possibilidade compreende tanto seu lado terrível quanto o agradável. Mas para que o indivíduo se forme absolutamente e infinitamente na possibilidade, então ele deve ser sincero na possibilidade e daí então ele deve ter fé. Por fé, eu entendo o que Hegel determinou apropriadamente como [A certeza que antecipa o infinito]. Desta forma, a possibilidade, na sua infinitude, ou seja, idealização das coisas finitas, jogará na angústia o indivíduo, até que ele as vença nesta antecipação do infinito que é a fé".

            A fé jamais pode ser um fardo sobre nosso direito de lutar ou uma barreira que nos impede de agir para além dos muros institucionais em prol de salvaguardar a pureza e unidade da Igreja. Precisamos pensar fora da "caixinha", abandonando de vez a dependência do "templo" na pessoa da Instituição religiosa. Segundo Ludwig Feuerbach, na obra Essência do Cristianismo a razão consciente ao relacionar-se com as ideias religiosas deve apenas destruir uma ilusão. Uma ilusão, porém, que está longe de ser inócua, porque exerce sobre o ser humano uma influência intrinsecamente perniciosa e funesta, que destrói suas forças para a vida real e lhe faz perder o sentido da verdade e da virtude... A religião é a cisão do ser humano consigo mesmo. Ele se põe diante de Deus como seu oposto: Deus é infinito e ele é finito; Deus é perfeito, e ele é imperfeito; Deus é onipotente, e ele é impotente; Deus é santo, e ele é pecador. Deus é o polo positivo, a soma de todas as realidades, e o ser humano é o polo negativo, a soma de todas as nulidades.

Em suma, o desafio é este, entre perigo e angústias o atrativo de Deus é alimentar-se profundamente alegre de sua atitude, necessariamente a fé! Sem fé é impossível agradar a Deus, mas, na sua angústia, o teu Deus te diz. : Para mim nada é
impossível!

- Edson Alves

sábado, 16 de junho de 2012

A MORTE DE DEUS.


       
       Eli Eli lama sabactâni, esta palavras expressam o sentimento mais profundo presente no coração de um filho desamparado. Nem mesmo no Getsemani, enquanto seus amigos faziam pouco caso de sua dor e suas lágrimas eram de sangue, o pavor e a insatisfação tornara-se tão real. Estaria Jesus presenciando o maior dilema humano, provando do espantoso sabor da morte? Explicaria talvez, o gosto amargo das palavras proferidas em cruz. Seria possível que Jesus, o Messias libertador estivesse morto? A Bíblia parece apontar para um enigma ainda maior, se este era também o Cristo, não só o "ungido", mas, igualmente Deus, estaria desta forma Deus morto? Qual seria a esperança humana após o fato ocorrido? Para que serviria a fé dos discípulos? Com um grito o horror se fez naquela tarde cinza, "Deus meu, Deus meu, por que me desamparastes?" Era uma pergunta pouco tipica, nada usual, uma afirmação da alma, autêntica, e impactante! Onde estava Deus quando o mestre agonizava na cruz? Aonde estavam os homens por qual Jesus morreria? Por qual território do cosmo flutuava os pensamentos do mestre naquele instante de dor? Quando suas últimas forças esvaiam pouco a pouco do seu corpo mortal, poderia sua alma confiar na eternidade de seu amor triunfante? Por hora o poder deste amor venceria a morte e a esperança viria a sobreviver em meio ao caos? Quão profunda era sua dor! Muito tempo depois a Filosofia também expressaria seu desgosto pelos lábios inocentes de um jovem, de uma antiga criança que aspirava ser pastor e depois tornaria-se ateu. Nietzsehe, mergulhado em seu descontentamento com a instituição eclesial, deixa fluir do interior da alma, um novo grito de abandono. :
 "Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós!"
     O filosofo não seria o único, um teólogo alemão da Igreja reformada, passaria perto de reafirmar a antiga interpretação da cena mais cruel da humanidade retratada na história e confirmada pela Bíblia. Jurgen Moltmann iria lançar um livro de aproximadamente 418 páginas em sua versão para a Língua Portuguesa, intitulado de: 
"O DEUS CRUCIFICADO"
Uma metáfora da vida segundo Dr. Levy da Costa Bastos,  e que apesar de maravilhosa, nas palavras de Moltmann nada mais seria que "Uma tremenda aventura, uma viagem de descobrimento numa terra desconhecida com muitas surpresas, mas não sem decepções". 

     O que aconteceu de fato naquele solo pueril do Gólgota? A figurada caveira mostraria sua verdadeira face? A morte! O palco da Paixão despertaria dor na platéia ao redor! Lagrimas, muitas lágrimas, o pranto estendeu-se pela noite e cobriu aquela madrugada. O espanto noturno saiu as ruas, ainda assim, não provocara nada além nos moradores daquela cidadela desamparada pela morte da única esperança de seu povo. Não havia espanto maior! Todo desespero teria seu início na cruz. Seria aquele momento o princípio das dores? O enigma era simples, quando um homem morre o porvir pertence a Deus. Porém, quando um Deus morre, sobre quem repousará a esperança?

     Existe um certo silêncio humano quanto o lidar com a morte. O Cristo na pessoa de Jesus rompeu com os limites compreensíveis e ainda assim reais para desvendar tal mistério. Enfrentou no inferno a morte, resistindo-a cara a cara, não se emudeceu ao pisar em terra estranha, de pó, fogo e maldade. Ao encarar o cerne da problemática causada no antigo Éden, desenvolveu uma solução salvífica, restaurando a esperança divina no plano de criação. A saída seria novos céus, e nova terra, estava finalmente pago, preço justo, valor da vida, entregue a morte, solitário até o ultimo instante. Toda via, semelhantemente como a fenix ressurgindo das mais densas trevas para maravilhosa luz. Aliás, por falar nisso, aquela seria a primeira vez que a luz brilharia tão pura e plena no inferno. Até os anjos decaídos ficariam admirados, com remorso é claro, posto que, se não existe amor, o arrependimento também não se faz. O silêncio de cruz na terra  ocorrera paralelamente a risadas infernais, porém, após a "Morte de Deus" o destino inevitável de Cristo era o inferno, afinal, não estava sobre seus ombros moídos o peso de nosso "Pecado". Jesus morreu na cruz por nossos pecados. Entretanto, Deus, Cristo no poder milagroso do Espirito Santo por amor cobrou a recompensa de tamanha dor, nas profundezas do "Antigo Abismo". O Espirito de Deus que pairava sobre as águas sossegadas no Princípio, transportara-se ao abismo profundo para garantir após o fim, um novo recomeçar! É neste fato e não na morte ou no fim que repousa nossa esperança. O fim é uma possibilidade, mas, a eternidade sim, esta é real e nossa principal certeza enquanto em nós arder esta chama, Ressuscitou!

" DEUS MORREU. MAS, ISSO NÃO É TUDO. ELE RESSUSCITOU! NISTO RESIDE NOSSA ESPERANÇA!"
ELE ESTÁ VIVO EM NOSSOS CORAÇÕES, ELE É O VENTO, E NOS MOVIMENTA EM DIREÇÃO AO RECOMEÇAR!
- Edson Junior.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

QUE TIPO DE CRISTIANISMO DESEJAMOS?


     
      Hoje estive assistindo um filme, o título era, Escritores da Liberdade. Confesso não ser um filme que se ver estampado todos os dias nos cartazes da existência. Porém, os valores, a mensagem talvez, me incomodou, no sentido de me mover de meu estado comodo, fui convidado a seguir em frente. Desafiaram-me a lutar, a tornar-me protagonista das apresentações em meio as experiências. Escrever novas histórias através de minhas atitudes, causar uma tempestade de mudança e transformação onde eu pisasse, onde quer que minhas palavras fossem. Creio que minha geração possa perceber seus defeitos, suas falhas, buscar uma solução para maneira predatória com que temos administrado nossas vivências. Precisamos nos unir além de cultos, nossos discursos estão bem encorpados de processos filosóficos, há belas elaborações teóricas em nosso script,  porém, não tem sido suficiente. Muitos são os que morrem todos os dias mergulhados na solidão de seu próprio ser. Sem ter na voz o som da própria vontade traduzida em liberdade. Perecem nesse sistema corrompido. Os que chegam, perdem logo o gás, não possuem empolgação para defender uma proposta original, oficialmente sua. Eu havia também perdido minha esperança. Apesar disto, pude notar além das densas nuvens um sinal de que o tempo pode mudar. Afinal, quem tem autoridade de roubar a essência que possuíamos? Quem nomeou tantos juízes de nossas causas ante ao tribunal da vida? Não, eu não posso parar, ninguém irá calar minha voz, e me privar de ver e viver a vida do meu jeito. Que mundo tumultuado eu nasci! Entendo, provavelmente esta seja minha maior missão, viver! Então, imaginei, é fato, somos diferentes eu sei, mesmo assim, me pergunto, será  tanto? Estamos tão distantes de nós mesmo e ainda assim permanecemos humanos? Meditei novamente sobre nossos valores, nossas crenças, nossa cultura, nossos níveis de articulações políticas. Refletir sobre o legado do movimento cristão, tentei analisar os sinais históricos do processo Cristão primeiramente entre Judeus, posteriormente entre católicos, protestantes e contemporâneos. Infelizmente, em nenhum deles achei algo além de Riquezas, poder e sabedoria. Não achei o amor incondicional das diversas intenções do Mestre Jesus, não conseguir assimilar os golpes de uma fé pura, não enxerguei a verdadeira luz libertadora e Eterna, nossa esperança final! Ao que novamente, e por repetidas vezes após essa, questionei-me. : - Que tipo de Cristianismo desejo? Conclui e ao investigar, não o achei em outro lugar, se não na Bíblia, esse livro Sagrado e de inescrutáveis mistérios. Notei, sinceramente que eu era muito pacifico, não existia em mim a força para rebelar-me contra essa falência espiritual. Foi quando dei por mim, eu não era um Cristão autêntico, puro, eu era uma cópia fajuta dos antigos, dos atuais e decadentes espirituais. Não desejo um cristianismo de parcialidades, de contradições, de ausência de libertação eternal, compromissado com valores tão rasos, com falsas verdades, vazios, sem amor, sem o Amor como mensagem. Disse não para o carisma dos Católicos. Um evangelho dos evangélicos não desejei. Rompi com o avivamento ala brasileira e busquei me comprometer profundamente com os marginalizados. Desejei alojar meus discursos em prostíbulos, favelas, na Central do Brasil, nas cracolândias da vida, nos carceres, nos presídios morais da Classe Média, nos hospícios, nos hospitais, em busca de um ser carente da verdadeira salvação de Cristo. Um Jesus humano que morreu por nós em cruz, que marcou-nos com suas palavras, discursos e atitudes, santas práticas. Amar o próximo como a mim mesmo. A propósito, sem querer ofender, quem é mesmo o seu próximo? Quem é você como cristão? Que tipo de cristianismo você sonhou? Que tipo de Cristianismo desejamos? O evangelho do Reino de Deus sendo anunciado é suficiente. O Cristianismo do Mestre Jesus Cristo basta, não desejo nada mais.

- Edson Alves.

UM BINÔMIO PERIGOSO

    
    Depois de algum tempo, estou convencido de que Epicuro foi quem teceu de maneira superficial a questão a respeito da relação entre a onipotência e a bondade de Deus. O mesmo articulou praticamente assim: -Se Deus existe, ele é todo poderoso e é bom, pois não fosse todo-poderoso, não seria Deus, e não fosse bom, não seria digno de ser Deus. Mas se Deus é todo-poderoso e bom, então como explicar tanto sofrimento no mundo? Caso Deus seja todo-poderoso, então ele pode evitar o sofrimento, e se não o faz, é porque não é bom, e nesse caso, não é digno de ser Deus. Mas caso seja bom e queira evitar o sofrimento, e não o faz porque não consegue, então ele não é todo-poderoso, e nesse caso, também não é Deus. Escrevendo sobre a Tsunami que abalou a Ásia, o Frei Leonardo Boff resume: “Se Deus é onipotente, pode tudo. Se pode tudo porque não evitou o maremoto? Se não o evitou, é sinal de que ou não é onipotente ou não é bom”.

      Pois bem, me certifico que o binômio utilizado para atribuir a culpa do sofrimento humano a Deus seja talvez perigoso demais. Que tal, se nós pensássemos em um Deus que ama e da liberdade ao homem. O ser humano ao desfrutar do amor de Deus goza da liberdade que o mesmo lhe concede. Parece-me  justo lembrar que nenhum outro Deus na história morreu crucificado por amor, mesmo sendo Todo Poderoso, pior, morrer por mãos humanas, tão débeis, lentas e desprovida de forças sobre naturais. Esse Deus em questão tem tanto poder, que consegue até mesmo se anular por amor, Deus é capaz de se oferecer a morte em amor, concedendo liberdade humana, e após, vencer essa mesma morte. Enfim, Ele tem poder sobre o homem, sobre o cosmo, sobre Ele mesmo. Afinal, que Deus Todo Poderoso é este, impossibilitado de interromper ou não sua Eternidade, sua Existência? Ele tanto é Deus que escolhe ser ou não quando quiser!

   Concluo a questão, lançando o seguinte questionamento, por que será que Deus sofre? Longe de responder a pergunta eu convido os leitores a refletirem que se Deus sofre, qual seria então o motivo de nós não desfrutarmos as experiências de tal momento? Afinal, não é na medida de nossa fé ser provada que nos é dada a chance de crescer muito mais? Lembrai-vos das antigas palavras proferidas no Éden "Quando comerdes deste fruto sereis como Deus" Conhecemos o bem, esse se chama Deus, porém, por herança Adâmica admitimos provar também do mal, somos como Deus, infelizmente, perdendo nos dias atuais cada vez mais a semelhança com mesmo por nos faltar experiências ou percepção delas. Por nos faltar Poder de Deus, por nos faltar Bondade e principalmente, nos falta ainda hoje seu Eterno amor. Em suma, Nós merecemos viver sem o sofrimento? E Deus merece sofrer? Que mal Ele causou? Desta maneira, por que ou quem que Deus sofre?

-Edson Alves

terça-feira, 12 de junho de 2012

A 7ª ERA - NO FIM, UM RECOMEÇO.


Os selos, seus sete aspectos modernos, suas implicações e seus reflexos. : Em breve aguarde.


Um silêncio profundo...
E o mundo não é mais o mesmo.
No fim, a destruição total!?
No fim, um novo começo.

domingo, 10 de junho de 2012

EVA - UM NOTÓRIO LEGADO.


Mais perto do que se imagina


Naquela manhã, as coisas estavam estranhamente diferentes. Depois de dias de trabalho muito fecundo e de um descanso merecido e regozijado, o Criador se viu diante de um dilema: manter as coisas como estavam e, do seu lugar, viver na contemplação da obra criada, ou, em lugar disso, mergulhar mais profundamente na criação e com ela interagir pessoalmente.
Foi o que fez: pela primeira vez, saiu de si e, esvaziando-se, penetrou no mundo Criado e armou sua habitação entre tudo que fora por suas mãos moldado e vivificado. Descobriu-se em meio a uma névoa densa e perdida por entre os vales e montanhas. Por mais que procurasse, não conseguia enxergar nada entre si e o horizonte, nada além do sereno madrigal que esconde e revela paulatinamente o que sob si adormece.
Nesse instante, talvez acocorado e sentindo o cheiro da terra molhada, passou as mãos por sobre o solo e percebeu que estava na hora de um gesto último: modelou um indivíduo profundamente diferente de tudo que havia sobre a terra recém nascida, diferente de toda ave e todo réptil, diferente de todo mamífero e todo primata. Mas, curiosamente, intimamente a eles ligado e dependente. Com a argila úmida, moldou um ser de pé e com olhos mirados avante. Um indivíduo com o cérebro proporcionalmente maior e mais desenvolvido. Equipado com polegar invertido, capaz de pinçar, se movimentado com o indicador; com pernas fortes e bem articuladas, capazes de dar estabilidade e mobilidade; com aparelhos orgânicos estranhamente capazes de adaptação e sustento.
Não bastasse toda essa sofisticada máquina orgânica e tão prenhe de possibilidades, viu o Criador que lhe faltava o essencial. Viu que não haveria diálogo e era isso que mais interessava naquele momento. Todos – mesmo o Criador – buscamos sempre por comunicação. Por mais que persigamos a singularidade que nos dá a garantia de nossa individualidade, nunca deixamos de desejar ser comuns com o que e com quem nos cerca. Foi nessa ambiguidade perene que o Criador soprou o vento que Lhe alimentava desde a Eternidade e  fez com que penetrasse pelas narinas daquele primeiro indivíduo, que abriu os olhos, os ouvidos, a boca e, talvez, tenha ameaçado os primeiros passos.
Assim foi o Natal de Adam. Nascido das mãos do Criador, era ambivalentemente terreno e divino. Terreno como todos os seus irmãos vegetais e animais, produzido com o que a terra tem de vivo em si e que se entrega tão generosa e potentemente. Divino como o Criador que desejava ardentemente alguém com quem se comunicar.
O Homem é Adam porque é filho de adamah (a terra úmida cheia de vida), mas é nephesh porque é filho do Criador, doador de toda Vida que há. Estava claro, agora, o que se queria dizer com “à nossa imagem e semelhança”; imagem e semelhança da Terra e de Deus. Esse somos nós, filhos da Terra e filhos de Deus!
Isso feito, o que parecia terminado se mostrara apenas começando. Num gesto pedagogicamente paterno, o Criador passou a ordenar o mundo criado e a ele dar a forma de um jardim em que havia árvores de todos os tipos e serventias. Árvores para apreciar, para comer, para aprender e para viver. Cada uma em seu canto, cada uma com sua particularidade. O Homem foi colocado no meio disso tudo e a ele foi confiada a missão de guardar o Jardim. Na planície (éden) espalhada, o Homem se viu com a nobre tarefa de nomear os bichos e plantas, além de regar dia-a-dia as pequenas mudas para fazerem-nas crescer e frutificar; com a missão árdua, mas utilmente digna, de domesticar e criar animais.
Foi nesse cenário: Criador, mundo criado e Homem semelhante ao Criador e ao mundo criado que se percebeu que algo estava, por incrível que pareça, incompleto. A obedecer uma lógica cartesiana, nada estava faltando; mas viu Deus que não era “bom” que o Homem ficasse só. Ainda que semelhante ao Criador e semelhante a tudo que o cercava, Adam estava, sim, só.
Foi aí, no instante da consciência da solidão, que Deus fez Adam dormir profundamente e dele retirou uma costela do peito e, da sua costela, fez emergir Eva e os entregou um ao outro. Viram-se nus, homem e mulher; e, ambos desenvergonhados, entrecuzaram-se os olhares e fizeram-se mutuamente seus, um do outro! Afinal, eram osso dos seus ossos e carne de sua carne. Eram como um só!
Juntos encontraram-se pelo Jardim e, no Jardim, gozavam da presença do Criador, como que num mundo em que Deus e Homem e Mulher são todos uma coisa só, indistintamente.
Lido dessa forma, o capítulo dois do livro de Gênesis nos faz crer que de Deus fez-se o Homem e, do Homem, fez-se a Mulher. Numa linha sucessória que garante ao macho a supremacia sobre a fêmea e que a coloca num patamar de igualdade relativa; igualdade porque é osso e carne do homem, mas relativa porque é dele criada e para ele dedicada.
Pensado numa cultura fortemente patriarcal, Gn 2 ajuda a legitimar o lugar do pai na casa. Dá à mulher um lugar secundário, embora cheio de afagos e juras de reciprocidade.
A questão, todavia, é que Gn 2 não termina no seu último versículo. É preciso ler Gn 3 para compreender melhor as coisas. Não vale, entretanto, lê-los como crônica da história; antes, como narração mítica, que faz compreender as coisas pelo seu avesso e por suas entranhas e não, simplesmente, pela superfície do texto.
Das muitas árvores no Jardim, havia uma proibida pelo Criador. Tratava-se da árvore do conhecimento do bem e do mal. Ao que parece, até esse momento, Homem e Mulher não faziam escolhas e não decidiam por onde caminhar. Sem conhecer e distinguir entre bem e mal, a vida não passava de uma sucessão de dias e noites, indiscriminadamente dirigida pelo instinto.
E aí a história narra a entrada em cena de uma serpente que convencera Eva de comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal e esta, Eva, convenceu Adam a comer também do mesmo fruto. É muito curioso ler Gn 3,6 porque Eva viu que aquela árvore era boa para se comer. Afinal, era o fruto que os faria saber diferenciar o bem e o mal!
Não se pode fazer julgamento de valor nesse momento, afinal ainda não sabiam distinguir o certo do errado. O que é possível é fazer um juízo de fato: diante deles havia uma árvore que lhes daria o passe de entrada no mundo da Ética. Comeram!
A primeira reação foi enxergarem-se nus e, como consequência, cozeram vestes para se guardarem mutuamente. Em seguida, descobriram as dores do parto e do trabalho. Por fim, sentiram-se desconfortáveis com a presença do Criador no mesmo Jardim e se esconderam.
Embora a Tradição secular da Igreja tenha nos ensinado que Gn 3 trata de uma queda, os versículos 22 e 23 revelam algo surpreendente: “Eis que o Homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, pois, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente: o Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado.” Não fomos expulsos porque erramos ou desobedecemos, mas porque chegamos muito perto do Criador, mais perto do que fora planejado.
Considero que a Criação tenha encontrado seu ponto crítico não em Gn 1,26 ou em 2,7, quando Homem e Mulher foram criados à imagem e semelhança do Criador, antes, em Gn 3,6-7 quando Eva lançou-se corajosamente a experimentar daquela árvore e aprendeu a escolher, distinguir e decidir. Deixamos de ser simples imagem e passamos a ser como o próprio Deus, quando Eva nos incentivou a conhecer o bem e o mal e deles fazer distinção e por eles guiar nossas escolhas e decisões.
Penso que Gn 2 e 3 devam ser lidos de trás para frente. O que vem primeiro é a vida tal como ela é. A vida do trabalho, da dor, das alegrias e das decepções; a vida do parto, da terra seca e dos abrolhos. Depois é que vêm as tentativas de entendimento das coisas. Primeiro vem a vida, depois vem o texto.
Creio que o Israel de quatro ou cinco séculos antes da Era Comum estava em busca de respostas para o drama da vida. Talvez tenham visto que a vida é o que é por conta do imponderável que transcende a alçada de interferência humana (daí a majestade do ato criador de Deus), mas, também, e não menos importante, das escolhas feitas na própria vida por homens e mulheres de carne e osso.
É muito interessante que numa sociedade patriarcal, os autores de Gênesis tenham visto no encontro homem-mulher as razões de tudo: do mal e do bem. Tenham descoberto que foi em nome do encontro que homem e mulher decidiram ousar e arriscaram dar um passo adiante.
Eva nos ensinou que Adam sozinho não ousaria largar o Éden. Foi Eva que nos encorajou a enfrentar a natureza, a cultura, o trabalho, a família e a sociedade e nos ensinou o que significa a palavra Ética, porque, pela primeira vez, nos fez discernir entre o Bem e o Mal.
Talvez, então, fosse o caso de pensar com categorias que só mais tarde passariam a fazer sentido pleno: Deus que se fez Homem; Deus que se fez Mulher! Na Criação, já há, antevista, a Encarnação; o Verbo se fez carne e costela, se fez homem e mulher.
A exemplo do que aconteceu com Jesus – em Mc 7,24-30 (quando a mulher siro-fenícia o fizera ver que o amor de Deus supera toda fronteira e alcança a todos, indiscriminadamente) – Eva ensinou a Javé que a criação queria mais para si do que mera semelhança com o Criador; o ser humano exigia autonomia, criatividade e, por fim, liberdade.
E Deus que pensava, no início, em contemplar a obra criada e sua beleza, agora estava eternamente envolvido com as escolhas humanas, alegrando-se e sofrendo com as mesmas; por isso, nunca mais nos abandonou!

Dr em Filosofia e Teologia do Bennett pela PUC-Ricardo Lengruber Lobosco

sexta-feira, 8 de junho de 2012

SANTO OU PROFANO?


"Se eu dou pão para os pobres, me chamam de santo. Mas, se questiono porque os pobres não tem pão, sou considerado um miserável comunista." 
-Dom Hélder Câmera.

Sugiro que diante da entropia humana, toda terra estranha seja conhecida.
Aconselho que os interesses sejam desnudos e um a um sejam examinados.
Na terra dos homens quem nos dará as desculpas diante de tantas mentiras?
Já virou moda enganar ao próximo? Me guio porém pela luz do amor...
Mas, se o planeta está em trevas o que faremos em meio a tanto furor?
Preciso sobreviver ao naufrágio, e aportar em terra segura, um santo lugar.
Afirmações profanas são as densas ondas que apresenta-se como maré.
Meu barco é de calha mas meu nervo é de aço. Minha finalidade é a mesma.
Nesta tempestade, em meio ao furacão adorar ao que ambos criou, o Eterno.
O que passar disto, por hora me torna Santo, em outra, um profano imoral.

- Edson Alves.

MOISÉS E O DESERTO 🌵:

**Moisés e o Povo no Deserto** Em terras de Faraó, ergue-se Moisés, Escolhido por Deus para liderar de vez. Com cajado em mãos e fé no coraç...