terça-feira, 26 de março de 2024

Filhos e não bastardos.



Essa é, sem dúvida, um dos grandes escândalos da nossa fé: fomos feitos filhos de Deus. A obra da Salvação do homem não precisava ir tão longe; poderíamos apenas ser livrados da condenação do inferno e receber acesso ao céu. Mas ao que parece, o céu nem é nossa maior recompensa; é uma consequência inevitável para os que estão em Cristo Jesus. Nosso maior bem é, sem dúvida, termos sido feitos filhos de Deus.


"Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, ou seja, aos que creem no seu Nome;" João 1:12


Lembremos o que Pedro disse: "Para onde iremos, Senhor? Tu tens palavra de vida eterna" (Jo 6:67). Pedro certamente não falava de um lugar, mas de uma pessoa, o "Filho do Homem", que é a imagem do Deus invisível, a última e completa revelação do Pai aos homens. Ele sim é nossa maior recompensa, o motivo da nossa vida, por onde todas as coisas devem ser feitas e de onde deve partir toda a nossa motivação.


Falar disso é fundamental, pois nesse novo e vivo caminho que temos agora ao segui-lo, uma obra começa a operar em nós, uma ação purificadora e santificadora que age em nós por meio do Espírito Santo. Essa obra é, sem dúvida, a encarnação de Cristo no seu corpo. E nós, que fomos enxertados na videira verdadeira, passamos por este processo de santificação, pois Cristo vai sendo encarnado em nós, até que ele viva completamente em nós e nós mesmos estejamos mortos.


Mas como essa obra começa?


Tudo começa com o novo nascimento, esse é o mistério no qual seus filhos experimentam. Jesus disse a Nicodemos que ele devia nascer da água e do Espírito. Esse novo nascimento muda nossa forma de pensar, nossos valores e nossas motivações. É a manifestação do Reino de Deus, onde tudo é subvertido num novo modo de viver. Antes vivíamos para agradar nossos próprios desejos e nossas paixões; agora vivemos para o louvor e a glória do seu nome. Ao nascer de novo, nos tornamos seus filhos, e esse bebê precisa ser educado e aperfeiçoado até a estatura de varão perfeito.


"Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo,


Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente." Efésios 4:13,14


Como somos educados na Justiça?


Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça. (2Tm 3:16)

Agora que somos filhos, como somos educados por nosso Pai? Em Timóteo, Paulo ensinou que por meio da Escritura somos repreendidos, corrigidos e educados na Justiça. Essa justiça não é a dos homens, mas a justiça na qual Deus nos chamou a viver por meio do amor que começou em Jesus. Essa justiça muitas vezes é injustiça aos olhos dos homens, entretanto é completa para Deus. Embora Cristo tenha sido crucificado de forma "injusta", nele estava se manifestando a "Justiça de Deus", pois estava acontecendo com seu filho exatamente o que o Pai desejava. Isso sim é a Justiça de Deus, tudo o que agrada à sua vontade.


Tudo é disciplina.


Nessa nova relação que temos por meio de Jesus, deixamos de ser apenas "Criador x Criatura" e nos tornamos Filhos de um Pai. E nosso Pai, da mesma maneira que fez com nosso irmão Jesus, segue fazendo conosco, utilizando todas as tribulações e dificuldades para nosso aperfeiçoamento na Justiça.

"Pois o Senhor disciplina a quem ama e educa todo aquele a quem recebe como filho”. 7 Suportai as dificuldades, aceitando-as como disciplina; Deus vos trata como filhos. Ora, qual o filho que não passa pela correção do seu pai?" Hebreus 12:6,7

A palavra é bem clara: "aceitando-as como disciplina". É com este discernimento que devemos ver toda e qualquer tribulação. Nosso Pai está, por meio de uma disciplina perfeita em amor, nos corrigindo, não para nossa destruição, mas para nosso aproveitamento, para que em tudo sejamos participantes de sua Santidade, semelhantes ao seu Filho, uma oferta agradável.

Portanto, compartilho com os irmãos algo que tenho experimentado: há uma alegria que brota em nós no dia da aflição. Devemos nos alegrar na disciplina, pois só filhos são corrigidos; quem segue a vida sem correção é bastardo e não será participante da herança que nos está preparada.

Que no dia da angústia, nossos corações sejam cheios da alegria de conhecer o Senhor.


Em Cristo,

Seu irmão Marcus

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