O VERDADEIRO SACERDÓCIO
"Melquisedeque era um verdadeiro sacerdote e por isso um tipo de Cristo. Os sacerdotes de Arão eram homens que ofereciam o sangue de touros e de bodes; ministros de um ritual suntuoso mas transitório — espécie de sacerdócio que a maioria dos sacerdotes admiram. Pertencer a uma classe consagrada; usar vestuário distintivo; atribuir-se funções sobrenaturais; assumir privilégios exclusivos; dar às exigências do cerimonial a maior importância, como se tudo dependesse, num mundo de pecado e tristeza como este, do feitio de um vestuário ou da debatida interpretação duma rubrica trivial — eis o que tem sido, muitas vezes, o único fim em vista. Alcançar as rédeas do poder; lavar, com ostentação, os pés dos mendigos, para, na realidade, pôr os seus no pescoço dos governantes; usar coroas tríplices sob a forma de mistras cheias de joias — eis ao que tende o pretenso sacerdotalismo do papado.
[...]Quão diferente o sacerdócio daquele de quem era tipo Melquisedeque, que fez de todos os seus filhos uma geração escolhida, um sacerdócio real; que fez a todos, tanto reis como sacerdotes, remidos de Deus para sempre! A sua glória era a vida simples de santidade e amor. Não usou trajos pomposos; não veio de nenhuma linhagem sacerdotal; era o carpinteiro de Nazaré, o Profeta da Galileia, o Bom Médico de Genezaré. Não era nenhum liturgista da casa de Levi, nem aristocrata saduceu da linhagem de Arão. Usava o trajo comum do seu país; andava entre os pobres. O povo era atraído pelo sacerdócio de uma humanidade pura, nobre e compassiva. Fugiam de Caifás e das suas vestes douradas, e procuravam Jesus na sua túnica de camponês... Na abolição do sacerdotalismo, o gênero humano reconheceu o Salvador do mundo."
-Trecho do Sermão do Arcediago Dr. Farrar sobre Hebreus 7.17
(Benjamin Scott, 1957, pg 124[As Catacumbas de Roma, Cap 6])
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