Desde que eu nasci, sempre senti algo dentro de mim, uma certeza de que eu carregava uma missão Divina em meu coração, e não podia falhar. Muitos amigos chegaram a me considerar alguém protetor como um guardião, uma espécie de pessoa angelical apesar de terrena. As razões eram variadas, pureza, eu não tinha paciência para o ódio, intolerância, violência ou opressão. Meu desejo sincero, era que no curso normal da vida, todos seguissem em harmonia, progredindo em aperfeiçoamento. Darei a seguir algumas características que observei e refleti sobre mim mesmo e as pessoas que eu admirei e serviram de inspiração para mim.
Desde criança eu sempre fui altamente sensível: Sentia em meus ombros que eu estava aqui na terra para um grande propósito. Uma imensa vontade de cooperar para salvar o planeta. Sofri muitas provações por tentar permanecer por muito tempo no caminho do bem. Ser bom possui um alto preço, e este custo elevado faz com que nos sintamos sobrecarregados, como se tivéssemos carregando todos os problemas do mundo. Havia um enorme sentimento de angústia, cada vez que eu percebia e admitia não possuir poder para assegurar que tudo correria bem. Há momentos que a vida parece sair do controle, que uma noticia ruim retira nosso eixo, e nos faz perder o chão. Era tais instantes que faziam eu me sentir meio frustrado, cansado das coisas nesta terra. Eu me sentia ansiosamente desesperado para ir atrás de uma solução ou mudança.
Assim os dias seguiam, acordava sempre bem cedo, cheio de disposição, e ia dormir bem tarde, exausto, foi assim praticamente toda minha juventude, e sinto muito orgulho nisto. Algo que eu tentava evitar eram grandes multidões, pois isto, geralmente fazia eu me esgotar de forma mais ligeira. Acredito que debates promoviam energias conflitantes, algo que me deixava desconfortavel, deprimido e decepcionado. Pois, minha reflexão partia da premissa, que em duas verdades contrárias, há chance de um acordo, para se chegar ao meio termo era improvável sem antes ocasionar um caos e desordem.
Por muitos momentos eu cultivava a resiliência essa paixão por tirar um tempo sozinho, as vezes confundida com solidão, quando na verdade era preservação, um espécie de introspecção para renovar minhas forças.
Nutria nesta renovação espiritual não o desejo de mudar todas as pessoas, mas transformar para melhor meu próprio eu, inclusive recompondo os pedaços de mim fragilizados pelo excesso e esgotamento
Sempre carreguei a habilidade de me importar profundamente com os outros, empatia era corriqueiramente usada como maneira de me conectar com problemas alheios na busca por cooperar junto a eles por desfeixo ou ocasiões de triunfo, meu óbvio objetivo era não permitir que meu próximo continuasse a sofrer, me sentia ligado aos meus na tentativa de fornecer alívio em um mundo terrivelmente assustador. O ato na solidariedade de estender as mãos fluía em mim como algo sagrado. Devido eu já haver experimentado todo tipo de sofrimento, me identificava com as lutas do meu próximo e buscava alguma maneira de fazer com que meu semelhante vencesse.
Me sentia intimamente ligado a um propósito celeste, por conta disto não me sentia atraído por desejos ou prazes mundanos, denominava esse meu estado como; estado de graça. Não me sentia compelido a ser condicionado a me basear nas expectativas da maioria. E não me sentia inferior por tomar uma decisão convicta mesmo que sem apoio ou fosse minoria. Abrigava dentro de mim um anseio de inusitadamente superar toda projeção perene ou expressão superficial. Queria variar da levesa do toque á profunda intenção
Fugindo a lente da lógica vivia em perfeito equilíbrio entre a voz da minha razão e minha forte intuição. Optei diversas vezes por tomar decisões nas certezas do meu coração, agindo com benevolência, misericórdia, piedade e altruísmo, fiz de meus refúgios mentais inspirações do meu sentir, plataformas músicais, quadros de artes, cultivar de jardins para fixar a mais pura essência humanitária a cada novo toque, a marca das minhas digitais era sinal da assinatura indelével dos elos não rompidos das minhas mais intensas conexões.
Minha maior dificuldade foi compreender a fabilidade da sociedade na qual eu fazia parte. Consigo recorda ocasiões onde eu me questionava inconformado com o mundo onde eu vivia. Havia uma sincera rejeição aos ideais tidos como modernos, não pautava meu valor pelo preço das coisas, mas pelo significado delas. Bem como estava certo de que se vender era um ato de covardia que nos reduzia a uma condição inferior a humana. Por tanto passei a perguntar o sentido de alguns consumirem tanto e realizarem tão pouco, enquanto muitos tinham menos do que nada. Perdendo tudo por muitas vezes, parece que eu aprendi o significado do que é depender nesta vida como filho de Deus. E foi este meu maior título alcançado.
- Edson Alves
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