sábado, 11 de janeiro de 2020

BEIJO DA MORTE





Enquanto meus pés pisavam areias finas do deserto
Minhas pegadas registravam historias nas dunas
Se o perigo fosse apenas, o calor do sol escaldante
Ou o frio das noites ruivantes, dormir seria descanso
Sonhar não seria fatal. E fechar os olhos seria seguro.

A primeira mensageira, trouxe nos braços ar de envolvencia
A sedução de seus abraços me tragou como areia movediça

A sengunda mensageira, trouxe nas mãos, o toque venenoso
Seus dedos percorreram traços do rosto até ferir meu coração.

A terceira mensageira, trazia a expressão do oceano no olhar
Mergulhei, e quase fiquei sem ar, afogado em mil ilusões ...

A quarta mensageira, trouxe nos lábios ruinas, gosto da dor.
Senti veneno se aproximar com desfarce de um beijo da morte.

Foi quando fui despertado pela luz,
e as sombras da tentação partiram
Despedaçados foram mil espelhos
Com eles imagens e ilusões em cacos
Só restaram algumas marcas e cicatrizes
E cada um conta memórias e lembranças
Como pegadas no deserto do meu coração
Não há força nem saudade pra tentar voltar.

Adeus...

- Edson Alves
Versão: Peregrino
Tom: Envenenado
Conto: Desejo de Disiré


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