SUZANO SANGRA

Suzano sangra...

Sangra, quando em uma escola
O terror se prolifera.

Suzano sangra,

Quando o mal gosto
Vira brincadeiras.

Suzano chora,

Quando bulling, vira odio.
Fruto da ira, depressão.

Suzano implora!

Mas, não acha perdão.

Suzano ouve...

Escuta o disparo da arma
Sente capsulas de munição e corpos no chão

Suzano sente...

Sente o machado afiado
Cortar pele igual a lenha.
Ferir criança igual ladrão.

São Paulo anda...
Enquanto Suzano
ainda bambeia as pernas
Tremendo de dor

Quem foi o primeiro a ter coragem para pedir desculpas?

Quem foi o próximo, que sendo forte pôde perdoar?

Por fim, quem foi o terceiro, para se esquecer, feliz, abraçar? 

Ali, todos foram os últimos! Últimos que foram os primeiros a partir. 

Filmes não matam pessoas!

Séries não matam pessoas!

Jogos não matam pessoas!

Pessoas, matam pessoas!

Bullyng não mata pessoas!
Escola não mata pessoas!
Privacidade não mata pessoas.
Má companhias, inexistencia do dialogo...
Família ausente, aumento da solidão,
transtornos não tratados, stress elevado,
Ausência de Amor, vazio de Deus...
Permanece matando milhares de pessoas.

E distúrbios psicológicos, problemas neurológicos, são doenças!
Doenças não tratadas, de ordem psicológica, matam pessoas!
Quem mata, já morreu em suas emoções e esperanças como humanos

Na pressão de uma vó que se vai ali. E uma mãe acometida por loucura acolá. Não há como prever a pressão da vida. Quando a mesma bate, pega pra matar! 

Mas, nada justifica. Pois, após a morte, não há o que se justificar. 

Mas, Suzano ama?
Enquanto dois seres sombrios
Desafiam-se, matar e morrer.

Suzano não entende!

Tem que ser, entre eu ou você?
Dava pra ser nós, haver mais união
Mas, algo aprisionava aqueles dois.
A vingança, a fúria, um mal, depressão

Suzano, nada é facil de entender.
Perder o emprego, justifica matar?
Sofrer bulling na infância, significa morrer?
Os dois já estavam mortos, quando resolveram...
Em Suzano tanta gente eliminar, fazer sofrer

Suzano clama...
Enquanto lágrimas regam
Historias interrompidas de vidas que se encerram
Sonhos frustrados da infância até ali.

Suzano reflete...
Enquanto luto e saudade
Silenciam a espera
Do futuro e porvir

Suzano enterra
10 sementes infanto juvenis
Duas reféns de si mesmos
8 vitimas da crueldade.

Suzano, estava em guerra
Suzano enxerga?

As violências nas redes.
A raiva das Eras
Os odios dos jogos
E a ira das feras
Aquele deboche que humilha
Aquela demissão que dilacera

Onde o homem é lobo, lobo do homem
Onde o lobo devora o próprio homem

Suzano é cega?
Nesta noite enquanto uns não conseguiram dormir
Outros, se quer, poderão acordar.

São Paulo durma
Que acorde o Brasil

Vamos dar as mãos?
Vamos voltar a orar?
Vamos nos unir?!

Que hoje Suzano seja eu.
Pra que amanhã Suzano
Não sejam vocês.

Sejamos nós um só coração
Com as familias da tragédia em Suzano.

Suzano alerta!

Sobre o mal, a doença e a depressão
Hoje, sejamos cura em oração!

Suzano pede

-Mais Amor por favor!
Mais unidade, afeto...
Mais apreço, compreensão.

O Brasil do verde e amarelo
Se veste de luto
E canta a canção
Vermelho tinge as ruas
Quanto sangue há no chão
Da liberdade, a prisão
De herois, á vilão.
Em busca deste consolo
Eram crianças...
Eram jovens...
Não existia ladrão

Pra não enterrar a inocencia
Quem roubou a esperança?
De um dia Suzano
Voltar a sorrir
Ser felicidade!

Hoje unidos no luto!
Por Suzano, apenas uma verdade:

"Precisamos amar até que todo ódio deixe de existir." - Juninho GeaD.

Não deixe pra amanhã.

Amanhã pode ser tarde.

Ninho,
Versão Suzano.
Conto: Vida real.