quinta-feira, 2 de agosto de 2018

LOUCURA DA ARTE CASTANHA


Li seus emails. Me esforcei para acreditar. Que afiou tua espada e cravou-me. Fiquei quase sem ar. Confesso, confuso, perplexo, tentei não chorar. Mesmo assim, elas brotaram. Percorreram meu rosto ainda quente. Como criança, me pus a soluçar. Tentava não falar, enquanto gritava minha alma. Aprendi que amor que cura produz. Também é dor que se revela, e suportei em silencio.

Fiz uma resposta... Fiz com a elegância que meus avós me educaram. Compus em escrita nobre e culta. Pois, para ferir qualquer arma serve. Para matar, tens que ter ódio demais. Agora, para perdoar, curar, e retribuir o inverso de uma loucura. Apenas minha genialidade em como expressar meu amor. Achas que domina mais do que eu a terra do meu coração. Estou no controle. Sempre estive. 

Só posso oferecer a você o que sinto por mim mesmo. Ninguém pode dar o que não possui. Guarda mais este segredo. Sempre tive muito amor próprio. Quer saber? Não apenas dor que me causa. Você me desafia a me superar. Ser pintor do tempo. Pincelar na vida, minha coragem . Me tornar artista poético e retratar sonhos. Erguer janela da existência, convidar sol e a lua, para entrar e fazer morada.

Tornando nosso lar por inteiro. Quer saber qual melhor lar temos? A terra dos nossos corações. Onde o mundo não nos ache. O pecado não nos alcance. O orgulho não lhe encontre. Os aplausos não me afetem. As riquezas não me iludam. E os prazeres não me façam, tirar meus olhos de ti, amor. Escondidos a sombra da Lua e do Sol, no ultimo Eclipse.  

Me permita explicar mais sobre quem sou, através deste lindo poema, bella ragazza...

" Sou artista... Pintor... Desenho imagens, nenhuma se compara ao teu fulgor. 
Sei criar mil fantasmas. Dá-lhes vida. Mas, se vejo teu rosto. Dou-lhes fogo.
Serves teu vinho ébrio na taverna, e abates toda casa que construo. 
Minha alma em ti se dissolve. Água na água. Deságua?
Vinho no vinho. Não apague.
Sinto teu perfume. Cada gota de meu sangue te implora.
Faz teu par. Dai-me tua cor.
Sofre minha alma na casa de argila. 
Entra amada. Se não ei de partir."
 - Khalil Gibran

Minha menina, meu pedaço do céu, minha cor é teu tom. 
Teu gosto, bom gosto. Seus lábios, rosados. És doce?
Me deixe devorar-lhes. Como chocolate quente se prova pelas beiradas.
Prometo, tentarei não me queimar. Mas, arder de calor por você...
Será tão bom, mais uma vez. Teus braços são feixes? Ternura!
Tão intenso, me lançar ao teu carinho, e notar teu perfume singular.
Que quando abraço teu corpo, o faço até extrema brancura.
Loucura, é lhe ver, sem poder tocar.

Como disse antes: Te ver e não te querer é improvável, é impossível.
Te ter, e ter que esquecer. É insuportável, é dor incrível! 
Eu amo te ver.

Não importa em quantas versões de si, tente criar.
Estampada no céu, tudo se faz belo.
Lua Cheia. Lua Nova. Crescente ou minguante.
Amo tudo que vem de você.
Cabelo trançado. Cabelo solto e cheio. Cabelos negros, adulta.
Cabelos com luzes, infantil. Pele branca e pálida.
Pele rosada e queimada. Tudo é retratado nas lentes da câmera.
Meus olhos a lhe fotografar. Guardadas em secreto no álbum da mente.
Ainda agora, recordada, revivida, e eu a lhe admirar.

Sou um artista, não um crítico. Não possuo análise. Tenho emoção.
Não procure razão na minha loucura da arte.
Deixa estar, prova, aprova, não apavora.
Curta cada paragrafo, as vezes refrão e entenda...
Sou teu campo cultivado em amor. Colhido em gratidão.
Minhas sementes são sonhos. Onde sou seu apoio.
Seu abrigo, sua bebida e seu alimento. Minha amada Lua.

Certa vez me ligou e disse que percebia tristeza nos poemas que escrevo.
Verdade. Está certa. Pois, todo artista, em sua essência é triste.
Mas, será que felicidade não existe? Neste teu céu cheio de cores e alegria.
Um artista é triste, pois assim, é mais fácil fazer poesia. 
Alegrias se vão. Tristeza não.
Deixa eu revelar mais um segredo que li na aquarela de teus olhos...
Você se preocupa bastante com sofrimento alheio.
Possui compaixão por necessitados.
E absorve ligeiro o sentir do outro.
Ah! E também o reflexo de meus olhos.
Esqueci de lhe contar, mas, eles são quase idênticos.
Esse é o dom e o fardo dos olhos castanhos.
Somos meigos, somos ternos, extremamente carinhosos.
E sempre amamos demais.


Beijos meu anjo, minha Luz
Te amo Italiana.

Ninho, versão Alquimista.
Tom, químico.
Conto: Loucura da arte.

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