Essa é uma história resumida e triste, sobre a origem do menino sol, torturado em brasas de elevada dor e solidão, lutando calorosamente pela felicidade dos seus, forjado no aço do rancor. Iluminando vidas mesmo diante do perigo da morte! Essa é uma celebração ao triunfo, é um brinde a vida, é a busca pela completude, é a bravura imortalizada. Essa é a história do menino Sol, vivendo calor a flor da pele. Então, aguenta coração, pois, hoje jogo luz sobre esta história secreta.
Conheci um menino à trinta anos atrás. Que ainda quando criança queria iluminar a vida. Deseja alegrar os seres. Elucida-los de ternura e satisfação. Estritamente afetuoso. Gracioso por assim dizer, um iluminado entre os terrenos. Emocionou no teatro da existencia, egos mortais, brilhou no palco da vida e fez a platéia aplaudir de pé calorosamente seu triunfo da alegria sobre a tristeza, do amor sobre o ódio, e principalmente da vida sobre a morte!
Era hábil, talentoso, vigoroso, altruísta, muitas vezes auspicioso. Personalidade encantadora, fazia de ébrios, grandes sábios. Era mestre sobre quase todos principais assuntos. Não era do tipo bombril, nem mané. Não sonhava sonhos alheios! Mas, inspirava cada um a sonhar sua própria realidade. Sabia que felicidade e liberdade são parceiras no mundo do sucesso. Concorria no impossível, era inacreditavelmente vitorioso. Sua frase preferida, nunca foi sorte, sempre foi Deus!
Mas, todo milagre divino tem um início. Hoje irei contar um breve trecho da longa historia do menino sol. Que ainda no berço, reconhecia as palavras, mesmo sem saber pronunciar um oi se quer. Quem sabe dizer, ei! Estou aqui! Seus olhos eram como lentes de longo alcance, conseguia observar as almas, o interior envolto em segredos que habita a ilusão dos seres. Quando olhava olho no olho era fatal, ele sabia adentrar a janela da alma e perscrutar a terra estranha do coração.
Se fazia tão próximo quanto próximo podia estar. Era uma centelha divina. Um pingo de gente. Um pontinho de luz. Mas, sempre no lugar certo, na hora exata, cuidando de alguém, curando algum espirito aprisionado. Essa criança nada comum, aos 7 anos de idade, teve uma experiencia sobrenatural em plena luz do dia. Algo, apenas para os fortes emocionais conhecerem.
Avistou durante uma semana a mesma cena. Um palhaço dentro de um globo de metal, a flutuar no ar, bem em frente a janela de seu apartamento no condominio pombal. Recebeu um pedido de socorro. Após, não conseguir ajudar nem atender por medo de despencar e morrer, sofria terriveis ameaças. O palhaço desconhecido mudava a afeição, e prometia destruir tudo que a criança amava.
Dizia que começaria pelos seus familiares. Prometia que assim que fosse liberto, colocaria seu plano em prática. A saber, arruinaria todo sentindo daquela criança desejar viver. O menino até queria salvar o palhaço, mas, tinha medo de morrer ao tentar. Como recompensa do seu egoísmo, naquele mesmo ano, todos familiares de sua mãe faleceram, exceto uma única irmã de sua mãe. Morreram os avós, morreram os tios, morreram os primos, não sei qual foi o pacto, mas, parecia filme de terror!
Se não bastasse, sua mãe ainda ficou pertubada! Logo ela que já havia perdido em sequestro no Espirito Santo sua filha mais velha, agora havia perdido quase toda familia no espaço de trinta dias. Se fez pacto para obter sucesso, infelizmente, se deu mal. Os inicios violentos, reservam sempre fins violentos. Mas, ninguém sabe ao certo o motivo. Todos suspeitam, mas, ninguém ousa dizer.
Esse baque no Rio de Janeiro jamais iria passar. Forjaram vigança no aço do rancor, só pelo fato do menino amar demais a vida. O palhaço não tinha poder para matar aquela criança iluminada, mas, bem que tentou! Então, todos os dias torturava com calor intenso, tramava suas perseguições, tentava iludir interpretações. Deturpava tudo. Porém, o menino menino prevalecia, dia à dia, cada vez mais forte, de grão em grão, mesmo com o coração em frangalhos, ferido.
Aquelas brasas fizeram sangrar à alma. Primeiro, ficou 7 meses em coma, na mesa de um hospital, por tomar comprimidos de tarja preta achando serem balas de côco. Seus pés quase resvalaram, por pouco ele não cruzou a linha tênue e invisivel da vida terrena. Quase morreu a primeira vez! Após um tempo, havia se mudado para o pechincha, condominio São Geraldo, ao lado da Ligth.
E quase morreu a segunda vez, por um descuido profissional de não sinalizar a massa fresca da portaria de um prédio. Foi parar no hospital com cacos de vidros até nas lembranças. Perdeu muito sangue, mais do que possa imaginar. Desmaiou, foi socorrido e levado as pressas para o hospital. Trinta pontos na cabeça, supercilios cortados, pernas, braços e o mesmo amor e luz.
Perguntou ao médico, irei sobreviver? O corpo médico sorriu, e disse, já sobreviveu! Precisará ficar de repouso absoluto. Mas, com a graça de Deus, em breve estará pronto para outra. Isso iria se repetir em freios arrebentando na ladeira de mazomba, em afogamentos na praia da Barra, em quase atropelamentos em Jacarépaguá, em bandidos morrendo na sua frente na baixada. Mas, ele nunca esteve do lado errado da história, por isso, triunfava sobre a morte, todas as vezes!
Embora isto tenha ocorrido, era ainda fichinha diante do que viria à acontecer. 1996, sua mãe foi diagnosticada com mioma no hospital de Mesquita. Aquela criança sem saber o que fazer pediu um milagre à Deus. Após se tratar por 7 meses, o diagnóstico mudou. Era uma menina que crescia no ventre de sua mãe. O Médico dos médicos, havia transformado doença com risco de morte em um milagre para vida! A menina foi a cura! Um milagre divino.
Mas, aquela mãe foi tola e ingrata. Começou a bater forte na barriga, dar socos, eu corri ao encontro dela, gritei não faça isso, coloquei minha cabeça entre sua barriga e os socos fortes de suas mãos. Ainda sinto as dores nas mesmas cicatrizes, foram muito fortes emocionamente falando. Lembro que meu cérebro parecia que ia estourar. Uma pressão inesprecível, inimaginável, desconcertante apenas por lembrar. Naquele dia ele salvou sua primeira alma. Aquela criança ainda informe iria nascer!
Quando aquela menina nasceu, sua mãe sofreu depressão pós parto, entregou o bebê nos braços do menino e disse, toma a filha é sua! Você não desejou que ela vivesse, cuide dela agora. E partiu naquela mesma tarde cinza. Com a roupa do hospital foi embora. Sumiu por longos 10 anos... Dez anos sem aniversários. Dez anos sem fotos.
Dez anos sem ouvir o som da voz de sua mãe. Dez anos sem saber se ela estava viva ou havia morrido. Dez angustiantes anos esperando ela retornar, mas, nunca aconteceu! Uma vida inteira sendo ajudado por pessoas que nenhuma obrigação tinham comigo. Criado por prima, sustentado por tia, ainda bem que a família de meu pai existia! Se não fossem eles, se não fosse Deus, nem consigo me imaginar à escrever neste blog hoje.
Em 1998, o país do futebol, presenciava a copa do mundo na França, éramos os favoritos para vencer aquela copa. Meu país estava em festa. Primeiro, o carnaval de Fevereiro, e depois, o show da seleção de ouro, os melhores profissionais faziam parte da nossa equipe e estavam em campo. Mas, na final, algo muito triste aconteceu. O Fenomeno não entraria em campo!
Eu estava saindo do campo da vida. Naquela altura eu nem imaginava, mas, algo bem sombrio estava ocorrendo no meu interior. Fui aprisionado dentro de mim com elevada tristeza. A vida parecia ter perdido todo esplendor. Não conseguia achar graça em nada. Meus amigos até que tentavam, mas, era só solidão, um vazio imenso na alma, eu tinha desistido de viver, mas, não tinha força para cometer suicidio, pois, achava covardia demais. E não queria sair desta vida como um fraco.
Sempre me achei forte em meu coração! Porém, os fortes também sangram, os fortes também choram. E chorei demais. Precisava estravazar aquela dor para não enlouquecer de vez. Dolorosa trajetória esta minha. Quantos espinhos, quantas armadilhas, grandes provações. Não sabia mais o que fazer. Não confiava em ninguém para conversar.
Tentar desabafar e reagir. Estava ferido e sem palavras, parecia um ser sem coração. Lágrimas nos olhos, inundavam meu rosto, era forte o sentimento. Meu silencio gritava por Deus, Ele parecia não me ouvir. Foi quando decidi buscar ajuda. Procurar alguém que me devolvesse a alegria de estar vivo. Ali cercado de conforto, senti que devia fazer algo pela minha irmã. Já havia passado um ano longe dela, e me angústia aumentava, não amenizava.
Não queria mais comer, nem beber, nem dormir. Estava vegetando. Um morto vivo por assim dizer. Foi quando tomei coragem e contei para minha tia e prima o que estava acontecendo. Elas ainda não sabiam da Sandra, meu pai havia pedido segredo sobre o nascimento dela. Mas, como baú eu preciva me abrir, se não ficaria fechado para sempre como caixão enterrando uma pessoa viva! Ali no mausoléu dos meus conflitos, na cela das minhas dores, minha tia ofereceu esperança!
Morar no melhor condominio da estrada da Rio Grande, o Passaredo, não iria substituir a felicidade de possuir minha irmã por perto. Próximo a mim. Me doia pensar nela largada na baixada sendo carregada por esmolas, minguada na favela da Chatuba, enquanto eu tinha tudo do bom e do melhor. Estava disposto a trocar o pálacio com piscina, pela velha casa no alto da motanha feita de pau à pique, mais uma vez.
Mas, minha tia sabiamente não permitiu. Resolveu ir comigo, e verificar se eu estava louco, ou lúcido. Foi assim, que conheceu e resgatou minha irmã, meu milagre divino. No dia 12 de outubro de 1998, era seu aniversário, e meu presente era salvar a vida dela uma segunda vez. Aquela menina, se tornou uma linda mulher. Não lembra, nem sabe o que fiz. Mas, eu continuo o mesmo menino sol. Sofrendo os calores da vida, enquanto ilumino e preservo todos! Minha recompensa? Existir, isto já é suficiente para eu ser grato! Prazer, Juninho GeaD é o menino Sol. E este é mais um fragmento da minha historia real!
Ninho, Versão, Juninho Gead.
Tom, Fragmentos das Memórias
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