Estrangeiro em minh'alma mergulhado na tempestade da vida.
Diariamente , sinto a nostalgia do que eu era. Estou assustado com as transformações que os dias causam-me. As vezes penso que estou inacessível , devido a minha imersão em pensamentos. Sempre fui inacessível para mim mesmo. Quando finalmente achava ter me entendido , o tempo me fazia refém do desconhecido. Achando que tinha captado a essência deparava-me com a armadilha do desejo , cujo a maior criação era me transformar no que eu queria ser. Tenho a terrível limitação de entender o que se vive. Não me entrego ao desconhecido.Entrego-me a um único desconhecido , a eu mesmo. Penso que na vida existem dois caminhos que trilhamos constantemente. O desespero , muito parecido com o da escrita. Sabe-se o que vai escrever , mas não como escrever. E a calma da edição. Quando escrevo uso a palavra como uma enxada , cavo para desenterrar minhas sensações. As vezes nessas escavações encontro tesouros , mas posso encontrar um poço lodoso. Escrever é procurar. As vezes não se acha o que quer. Quando edito preciso pensar as sensações , incluir novas reflexões , mudar até mesmo o sentido da ação. Acho que a vida se equilibra em duas ações : agir e depois pensar sobre o que se agiu. São essas duas combinações que me torna estrangeiro de mim mesmo.
-Robson M. Fontes.
Precisa-se ter coragem além de muita fé para se viver a brevidade do tempo que se chama hoje. Caso contrário, a cruel existência devolve-nos o desafio de encontrar sentido para tudo, mesmo quando nem em tudo há um sentido claro e verdadeiro de existir. Nossas vidas são realmente nossas? Um questionamento que as ondas preferem não responder, mais se sonhávamos juntos e olhávamos na mesma direção, onde será que estão todos agora, que fiquei sozinho dentro de mim?
- Edson Alves.
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