sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

ENTRE O SÍ E O TALVEZ!




REFÉNS DO PENSAMENTO DE FREUD
Entre o si e o talvez, reside sempre à dúvida. Ao que podemos afirmar sem certeza de nada que o mundo mudou. O mundo mudou! O mundo mudou? O mundo mudou em quê? A Religião assim como a modernidade nos prometeu um mundo melhor. E o que vemos ao redor? Como observamos os sinais a nossa volta, perplexos ou insensíveis? Esse foi o ponto de partida pelo qual escolhi discutir a respeito do quanto ainda somos reféns do pensamento de Sigmund Freud em sua crítica a religião. Vejamos nossos heróis nunca foram heróis de verdade! Trocaram o “cuide dos pobres” pelo “enriqueça a qualquer custo isso te fará bem!”. Como se dinheiro e felicidade fossem companheiros inseparáveis. Pois bem, longe de parar por aí, reflita um pouco sobre o significado dos clichês gospel. “Pare de sofrer”. Pare de sofrer? E a presente tribulação do século se perdeu no milênio? O correto seria aprenda com o homem das mãos furadas, corpo moído e os pés sangrentos da via dolorosa, e quem sabe no madeiro você encontre o verdadeiro significado de viver. Definitivamente o sentimento bárbaro aparece uma vez ou outra no meio de nós, nos falte talvez sentir repulso por tais sentimentos. Mas, somos tão tímidos na maneira de viver nossa fé. Quem sabe nossa fé não seja genuína. Quem sabe nossa religião não seja cristã, ou seja, apenas uma caricatura da Religião muito distante da Religião em si. Imagino que talvez sejamos mais religiosos do que cristãos e aí more o perigo. A verdade é que nossos discursos foram belos, porém apenas discursos não amadureceram a prática. Mesmo tentando fugir de generalizações me incomoda admitir que a fome, a miséria, as doenças, os vícios, a corrupção não nos incomode mais. Tornamos-nos expert’s em insensibilidade. Onde está o ”Ide por todo mundo, pregai o evangelho a toda criatura”? A palavra de ordem hoje é, fique onde está e cuide de si mesmo! Primeiro você. E depois? Tarde de mais para pensar-nos em outros! Continue, você precisa pensar em você, este é o momento que você mais precisa de si. Afinal, o outro não pode te ajudar pelo fato de também ter aprendido a pensar em si mesmo! Triste, no entanto, é a verdade desnuda diante de nossos olhos ambiciosos pelo destaque, pela fama, pela grana, pelo status, pelo poder, exclusivamente pelo poder. Somos reféns do pensamento de Freud, muito antes do pensamento de Sigmund Freud existir. Nas palavras do próprio Sigmund Freud segue abaixo. :
“Nada do que eu disse aqui sobre o valor de verdade das religiões precisa de apoio da psicanálise; já foi dito por outros muito antes que a psicanálise surgisse” (Os pensadores, p. 112).
Afirmo isto, por entender que talvez Freud tivesse observado o suficiente para compreender o quanto a religião estava comprometendo a substância da fé cristã de sua época. Afinal, é nossa prerrogativa, defendermos que a fé sem obras é morta. E si S. Freud estivesse incomodado com a morte dessa fé? Talvez em sua maneira de pensar a única saída seria assumir responsabilidade. Colocando no lugar da “ideia” de Deus a Ciência. Seria uma forma convincente de dar um basta na situação cômoda de lançar para Deus os problemas que deveríamos resolver. E se na verdade o desejo de S. Freud fosse que vivêssemos a vida no seu mais profundo significado? Falar de Ciência para Freud talvez equivalesse a falar ao homem, viva a vida! Assuma suas responsabilidades! Encare os desafios de frente! Resolva seus próprios problemas! Deixe de ser criança, seja homem! Em carta escrita a um amigo Freud afirma. :
“O fundamento último da religião é o desamparo infantil do homem”.
Segundo Urbano Zilles no capitulo 7 intitulado Freud: A provocação do ateísmo psicanalítico. Pp147 do livro de Psicologia da Religião, a origem da religião aparece, em Freud como a nostalgia que o homem tem de um pai onipotente que o console e proteja, em sua angústia pela dureza da vida.
Digo que somos reféns do pensamento de Freud pelo fato de não apresentarmos nada de concreto que invalide sua maneira de pensar ao nosso respeito, muito pelo contrário, estamos cada vez mais, mesmo que sem se dar conta, amalgamados com o pensamento de Freud a respeito da religião. Sei que generalizações é um risco, não podemos lançar tudo dentro de um mesmo saco e criarmos um balaio de gato. Mas, as exceções que invalidam seu pensamento é um perigo ainda maior, pois, não evidencia uma mudança, não promove transformação e amadurecimento de nossas práticas religiosas anticristãs. Mesmo por que, Freud não nega que a religião tenha exercido papel positivo para a humanidade. Segundo Urbano Zilles, Freud rejeita, pois, a religião como mundo ilusório e neurótico e defende a ciência. Mas, e se Freud estivesse errado? Talvez nós não precisássemos considerar os radicais, porém, o meio termo, um espaço ideal para um diálogo justo e fraterno. E se colocar a Ciência no lugar da Ideia de Deus, ou da religião, não passasse de projetar uma sombra? E si...Talvez? Resta-nos a dúvida. Será? Fundamento para tal dúvida, consiste em refletir que enquanto Freud nega a religião, Adler a tolera, Jung a vê com muita simpatia. Em síntese, Adler e Jung relativizaram muito a crítica da religião feita por Freud. Sendo assim, eu fico entre o sí e o talvez. Me arrisco a dizer que meu pensamento é Freud mesmo, risos.
- Edson Junior.

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