Educação é a base de uma sociedade justa e próspera. Sem educação não há qualquer chance de se prospectar um futuro minimamente razoável, esclarecido, criativo e democrático. Escolas, livros, métodos, computadores e pedagogias são importantíssimos. Mas fundamentais são as pessoas. Alunos e professores, essencialmente.
O dia 15 de outubro, se tem sua importância (em razão de suas múltiplas origens, histórias e significados), pode se tornar, ao mesmo tempo, uma forma polida de banalizar e mercantilizar a profissão. Os mimos do dia do mestre podem esconder, sob a lógica (bem antiga já) do professor como sacerdote, a potência de uma profissão que tem como matéria prima a inteligência revolucionária que mora dentro de todo ser humano.
Por isso, seguramente, adoçar a data e pasteurizar a docência são mecanismos históricos de conter sua força. Mais: os agrados do dia 15 não se coadunam com a desvalorização (material e moral) a que são submetidos os quase 3 milhões de professores do país. Desde os baixos salários, passando pela relativização de sua autoridade, até projetos de lei antidemocráticos, os profissionais da educação são permanentemente ameaçados em sua autonomia.
A sociedade brasileira notabilizou-se por idealizar os professores (e a eles prestar louvores estéreis), desde que, claro, não exerçam, em essência e de fato, sua função social. É duro, mas a perspectiva é que, em permanecendo assim, aprofundemos ainda mais nossas mazelas. Por outro lado, não esperemos de cima ou de fora a ruptura com esse estado de coisas. Se vier, virá de dentro, dá própria sala de aula, da própria relação de ensino e aprendizagem (humana e concretamente constituída). Virá dos professores.
Por isso, uma das principais marcas de um professor é a esperança. É nela que miramos e por ela que seguimos em frente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário