segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

O LADRÃO DE ALEGRIAS


Em um lugar bastante distante. Onde os sois eram mais quentes e os dias mais claros. As luas mais belas. E as noites melhor iluminadas. Havia uma fazenda repleta de gados. De arvores e plantas de toda espécie. Bastantes empregados e o sonho e fé de um homem rico.

O fazendeiro acordava todas manhãs bem cedo. Agradecia a Deus pelo descanso. Convocava o povo para trabalhar. Inspirava e era inspirado a vencer. Elogios eram trocados. Direcionamentos dados. Nenhuma ordem se quer era questionada. Viviam bem.

O Fazendeiro achava em seu interior que de nada sentia falta. Queria compartilhar esta alegria com mais pessoas. E saiu da fazenda em busca de novas experiências e oportunidades. Após alguns Km avistou na beira da estrada, um jovem maltrapilho.

Parou seu carro, ofereceu comida e água para aquela criança. Observou contente que o menino foi sustentado por mais uma refeição, se despediu, e seguiu a viagem. Encontrou reis, que lhe arruinaram. Encontrou doutores que lhe adoeceram. Mestres que lhe emburreceram. E amantes que lhe traíram.

Pegou a estrada de volta, passou pelo menino e nem notou. Chegou na fazenda, reuniu os funcionários e contou haver perdido todos investimentos e que estava falido. Seus empregados começaram a lhe deixar um á um. Se despedindo e indo embora.

Quando retornou para seu quarto, questionou a Deus, sobre a injustiças de tantas experiências desastrosas. Estava estarrecido e confuso. Solicitou um sábio para pedir conselhos. Contou a historia e como se sentiu. Interrogou o motivo da vida ser assim. Fútil, superficial e sem graça.

O sábio assim que terminou de ouvir disse, seu coração é bom. O problema são seus olhos! 

O fazendeiro o questionou, meus olhos são lindos, azuis, da cor do céu e do mar, os mais admirados entre meus familiares. Você é invejoso? Diga-me, qual é o problema com meus olhos? 

O sábio, provando de suas palavras, as pesou, e disse onde ficastes em falta? O que passou desapercebido por sua vista? O que deixou pelo meio do caminho? Enquanto era guiado pela ambição do teu olhar. O que por segundos, fez a viagem valer a pena?

-Fazendeiro
O Menino? Mas, eu o alimentei, saciei a sede dele.

- Sábio
De fato para o garoto era muita coisa, isso fez alegria dele de um dia. Mas, para você, era migalhas. Você foi breve, tendo todo tempo do mundo. Partiu sem nada dizer. Ainda agora, não sabe dizer o nome e nem a historia do menino. Quando voltou por acaso percebeu o aceno e a gratidão dele?

O Fazendeiro ainda com olhos a lácrimejar, perguntou como podia reparar sua falha?

- Sábio
Deixe seus olhos vendados. Para que não julgues pela aparencia. Para que o orgulho não lhe aches. E a vaidade não lhe alcances. A tentação não lhe atraia. E o medo não te assombre. A ambição não lhe guie. E o pecado não lhe prive de ser feliz para enxergar Deus.

-Fazendeiro
Aquela criança de rua, era Deus?

- Sábio
Não! Deus estava no interior dela! A espera que você o levasse junto em sua viagem. E de volta para sua casa. Mas, Deus, através daquela criança, ficou pelo caminho. E você seguiu em frente pois, já havia feito muito dando comida e bebida a ele.

Foi aí, que seus olhos lhe roubaram a alegria e você  quase perdeu tudo!

Em 2019, não deixe para trás, aquele que não deveria sair do seu lado.
Para que felicidade, alegria e provisão retorne ao seu lar.

A propósito, o nome do menino era Jesus.
E pelo que parece Ele morreu naquele lugar
De braços aberto, esperando seu retorno.

Tenha fé, ainda existem outros meninos
E todos carregam Jesus no olhar
Só precisam de esperança para renascer.

Ninho, 
Versão Menino de rua
Tom, benevolente
Conto: Ladrão de alegria. 



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