A vida se revela em páginas semelhante à bons livros. Há encontros que são verdadeiros espetáculos na janela da existência. Hoje, contarei a historia de dois eternos amigos nas lembranças. Em um tempo onde quase tudo era banal, e o amor havia congelado dentro dos seres humanos, Deus uniu um casal improvável, Coração Valente e a Alma Dourada, forjados no altar de pedras afogueadas onde tentavam dar seus primeiros passos rumo ao Palácio da Felicidade, não sabiam que antes, seus destinos lhes conduziriam a um outro Palácio, da Sabedoria. Uma guerra entre o gelo e fogo naquele instante seria travada, mas, eles ainda nem imaginavam os desafios que lhes aguardavam. Nada havia de ser fácil na vida destes dois belos jovens, que apesar de anjos, ainda não sabiam voar nas asas da experiência, tão pouco visitaram o Castelo da Sabedoria, afinal, ninguém nasce sabendo, o relacionamento deles era igualmente refém das circunstancias. Não condenem os mortais, pois, problemas todo mundo tem. Sendo assim, sofriam em sí com cada nova muralha flamejante que se punha diante do precioso relacionamento que um dia, pactuaram assinar.
Alma dourada, Diana, com teatro singular na face. Uma princesa por nascimento, renomeada na terra, possuindo mesmo assim, o mesmo significado em Deus, princesa, divina por ser dos céus. Com olhar verde folha, um lago verde claro com seu interior de mel respingado aos raios solares do universo, uma imensidão de significados com segundos de observação. Parecia viver por dentro uma eterna primavera. Sempre animada, pulsante, intensa, uma verdadeira tocha humana nascida das brasas da alegria dos Céus auspiciosos que é a morada de Paz no Reino do além mundo. Seu brilho era reflexo do sorriso nos olhos e inimaginável doçura do rosto a trocar afetos com os seus. Talentosa na arte das palavras mas, Expert no palco da vida, sua voz fazia pássaros pararem para admirar seu canto, sua canção e seu adorar. Possuía o notável Dom! Era um tom de feminilidade Alfa! Doutoranda no Academicismo de governar os seus, precisava aprender porém, que liderar é mais apreciado pelos íntimos do que comandar! Com o tempo ela aprenderia a domar seus próprios impulsos, convivendo com o Coração Valente por tantos anos, conectando sua alma e corpo ao dele, perceberia pouco á pouco, que há chamas esplendidas que são duradouras sem com isto precisar queimar. Lembraria de como era Deus na sarça ardente, desejaria ser igual, semelhante na sua forma de amar. Conquistaria assim, o coração do amado por inteiro e não apenas em momentos triunfantes. Disto, ficaria um importante lição, não é pelo fato de lutarmos sempre que lutamos bem, pois, neste sentido, derrotar dia á dia os adversários, era não contar com infortúnio da revanche. Assim, quando enfim, seus olhos em espelhos d'água observassem seu eu passado, sentiria orgulho pelo seu novo eu, nascido das águas!
Coração Valente, o maior guerreiro de sua época, o mais amado de seus pais. Anjo Gabriel não desejava fazer parte de um exército sem Deus. Não podia se curvar diante de uma instituição que apesar de poderosa e rica era falida de ética, moral e espiritualidade genuinamente de devoção ao ensinamentos do Grande Mestre. Homem de aspectos refinados e de seriedade impar, que pensava mais que falava, não era prisioneiro das palavras. Olhar frio como gelo, escondia a sete chaves o segredo de sua doçura interior. O mel flamejante de seu olhar poderia atrair ursos devoradores da esperança do reflexo da mulher amada, aquela alma que valia mais que ouro. Guardava sua mente da tenacidade presente na sedução das observações, para não sofrer as ilusões e armadilhas da jornada amorosa. Se adornava com pesadas armaduras na tentativa de vencer as aflições dos deslumbres de relacionamentos mal calculados, as vezes mal vividos. Vestia uma máscara de aço de homem sério, para proteger seu coração que apesar de valente, sabia ele ser igualmente bom. Entendia que sempre que um sonho se desfazia, as marcas ficariam cravadas em seu interior. Não desejava se envolver demais, não poderia se despir de seu orgulho de general e ser apunhalado fatalmente por uma nova decepção amorosa do destino improvável de meros mortais, estava certo de ser eterno. Seu capacete de diamante fundindo com rubis tinha como principal riqueza a sabedoria em letras de ouro que haviam sofrido as chamas ardentes do tempo e da espera, homem introspectivo por natureza. Quando a ira domava seus impulsos sua voz ressoava como trovão. Raios afiados eram suas palavras no dia mal. Era de pouco falar, mas, quando explodia uma torrente enorme rompiam os seres após queimar o iceberg que protegia seu eu interior! Mas, nada era mais forte do que o amor que sentia por alma dourada. Nem suas convicções, tão pouco suas razões decifravam os desejos repentinos de alma dourada. Ele tão forte, as vezes se sentia fraco diante dela, tentava domar, mas, não poderiam algema-la, deveria ter o cuidado para não estragar sua revigorante felicidade!
Assim, que o dia rompeu seu esplendor no palco no mar alto da diletante paixão, reconheciam os dois, que distantes um do outro, a vida não se faria na solidão da cela dessas dores. Coração Valente, sentia que a cama se tornava imensa sem o lago esverdeado do olhar em lágrimas da sua loira. Ela, coitada, dava dó, de ver-la chorando pelas madrugadas, questionando, por que seu amor era quase que uma dor já que era o Coração Valente o escolhido de Deus para ela. Dias de luta e glória se seguiam. As mudanças das estações sentidas tão plena na pele rosa avermelhada destes dois. Na primavera, Alma dourada, era suas manhãs nas naturezas das cores. Um azul celestial, com o amarelado das flores a enfeitar seus dias. Mas, existiam, os outonos e invernos, destes anjos bailando e driblando as forças alheias do pensamento, invejas, ciúmes, impactantes conflitos a edificar cada vez mais quão forte sentiam um pelo o outro, blindando dia à dia seu casamento. Brindando encontro e recontro de amor, brincando gota a gota de tais instantes da saudade. Ora no trem, outras nas praças, e o pensamento da menina, fugia tentando trazer de volta seu amado Coração Valente! Até que no amadurecimento dos tempos, ficaram juntos para sempre, sem nada nem ninguém a perturbar seus dias e noites! Já tinham Deus, não precisavam de amigos dando palpites e pitacos, precisavam apenas um do outro. Ela, soltou a loba e ardeu de paixão naquela noite que ele levou a sério seu desejo de finalmente um herdeiro. Carros, casa, apartamentos, tudo passaria, e ficaria por aí, teriam apenas, um a outro, para se amar intensamente na complexidade do amanhã. Era só dizer sim ou não, mas, este casal adorava um si, um talvez, um ainda não! Hoje, nada de zero a zero, rsrs, um amigo chegado brincou, tem que ter calor, tem que ter resultado, tem que tentar, se não empata, e ninguém vence, que empate um à um, rsrs! Coração Valente ao ouvir o precioso conselheiro e irmão Cupido, viria um tempo depois, devorar sua amada alma dourada por uma madrugada a fio! Não pensavam em mais nada, nem nos dias que lhes faziam morrer, não desejava nem trabalhar, não queriam outra vida além deles mesmo, ali, unidos para sempre!
JUNINHO GEAD
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