sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

UM POEMA QUE NÃO LEMBRA:

 



Na mente em nebulosa, o tempo se desfaz,

O Alzheimer, lenta sombra que tudo desfaz.

Memórias que se perdem, como pássaros em voo,

No labirinto das lembranças, o eu se desatua.


Faces familiares se tornam desconhecidas,

Em um mundo de esquecimento, a vida é dividida.

O passado se dissolve, como areia entre os dedos,

E o presente se esvai, sem deixar segredos.


Mas ainda há beleza na alma que se apaga,

Resquícios de amor, em cada palavra vaga.

Nos olhos enevoados, brilha a luz de um passado,

E mesmo na confusão, um sorriso é revelado.


Então, com compaixão, cuidemos dos esquecidos,

Com paciência e afeto, sejamos seus abrigos.

Pois no labirinto do Alzheimer, o amor é a chave,

Que acalma a tormenta e traz paz à ave.


E enquanto a poesia fluir, em versos que flutuam,

Lembraremos da essência, que o tempo não dilui.

Pois no coração guardamos, com carinho e devoção,

As histórias que o Alzheimer não roubará em vão.


Autor ✍🏽: Edson Alves 

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