Na mente em nebulosa, o tempo se desfaz,
O Alzheimer, lenta sombra que tudo desfaz.
Memórias que se perdem, como pássaros em voo,
No labirinto das lembranças, o eu se desatua.
Faces familiares se tornam desconhecidas,
Em um mundo de esquecimento, a vida é dividida.
O passado se dissolve, como areia entre os dedos,
E o presente se esvai, sem deixar segredos.
Mas ainda há beleza na alma que se apaga,
Resquícios de amor, em cada palavra vaga.
Nos olhos enevoados, brilha a luz de um passado,
E mesmo na confusão, um sorriso é revelado.
Então, com compaixão, cuidemos dos esquecidos,
Com paciência e afeto, sejamos seus abrigos.
Pois no labirinto do Alzheimer, o amor é a chave,
Que acalma a tormenta e traz paz à ave.
E enquanto a poesia fluir, em versos que flutuam,
Lembraremos da essência, que o tempo não dilui.
Pois no coração guardamos, com carinho e devoção,
As histórias que o Alzheimer não roubará em vão.
Autor ✍🏽: Edson Alves
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