SACRIFÍCIO

Díficilmente luto pelo que não acredito.
Total loucura, supor que desejo o que não é meu.
Almas, não são como objetos.
Objetos se conquistam.

Espiritos possuem vontade própria.
Cabe cada um respeitar o espaço do outro.
No início é legal, divertido tentar prever.
Porém, não há o que prever sobre o destino.

Não há videntes, não há premonições, não há sonhos,

não há reveleções, não há profecias, não há previsões,

E o Destino? Como será o amanhã ninguém sabe!

Queria acreditar assim, mas, é tudo mentira.

Sempre haverá futuro, e posto existir, haverá igualmente seres que através de algum tipo de dom ou sopro Divino conseguiram ver lampejos, visualizar cenas. Em raríssimos casos, as visões mudam, ou a interpretação não é a adequada. Porém, o que vale para vivermos de maneira sadia, é esquecer tudo!

Esquece, e pense, somos só amigos no presente, é isto que importa, concorda?

Feita esta breve introdução, vamos por favor, falar somente sobre o devemos fazer, nada mais ok?

Sério Lua, estou tentando reprimir ao máximo a certeza e o calor das emoções, pois acredito que podemos sermos apenas grandes amigos. Mesmo assim, quanto mais reprimo meu eu, mais lhe percebo diante de mim. Me supero dia à dia na arte de vibrar ao universo tudo que sinto aqui dentro. 

Preciso me controlar. Sei que há neste momento um oceano de sensações. Vamos desprezar? O que acha? Pode me ajudar a findar a força que nos acomete? Ou apenas deixemos as ondas virem e voltarem? Lua, considero justa toda forma de amor. Mas, podemos sermos amigos? Tudo passa, logo minha lembrança sumirá da memória, não achas?

Também acho tolice viver a vida assim sem aventuras. Porém, isto parece ser sem razão. Melhor mesmo não ter razão. Vamos dar tempo a tempo até que gentilmente não exista mais nada para se amar? Eu acho que isto lhe faria bem por enquanto. Me perdoe, mas, não consigo ligar. Me perdoe mas, não me sinto digno de ouvir o som da tua voz. As pessoas tentam interpretar quem somos.

Mas, sinto que você merece sempre mais e eu menos, então, adeus ou até breve.

Ninho, no sacrifício do Amigo Fiel.